Até agora, oito capixabas se tornaram réus por atos golpistas em Brasília, em janeiro de 2023. Ao todo, 300 pessoas foram denunciadas por participar das ações antidemocráticas.
Atos golpistas — Foto: JN |
Mais três capixabas viraram réus no Supremo Tribunal Federal (STF) pela invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, durante atos golpistas. Ao todo, oito capixabas estão nas listas julgadas pelo Supremo.
Sete ministros do STF seguiram o entendimento do relator, Alexandre de Moraes, pelo recebimento das denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 200 pessoas, em julgamento concluído na noite desta terça-feira (2). Esta foi a segunda lista de réus.
Na primeira lista, foram 100 pessoas. Naquele primeiro julgamento, foram cinco capixabas se tornaram réus. Na lista das 200 pessoas julgadas nesta semana, foram mais três capixabas.
Confira os capixabas que se tornaram réus nesta segunda lista, segundo o STF:
- Terezinha Locateli: dona de uma peixaria na Ponta da Fruta, em Vila Velha, ela participava com frequência de atos no acampamento golpista de bolsonaristas montado em frente ao 38º BI. Também esteve no acampamento montado em Brasília, em frente ao quartel-general do Exército.
- Tiago Mendes Romualdo: indicou às autoridades do Distrito Federal residência no Espírito Santo. No entanto, ele é sócio-administrador de uma empresa com endereço na zona rural de Nova Brasilândia D'Oeste, em Rondônia;
- Wilson Nunes de Aguiar: o homem de 55 anos também indicou residência no Espírito Santo.
Terezinha Locatelli é dona de uma peixaria em Vila Velha e está na lista de presos em Brasília após invasões em Brasília. — Foto: Reprodução/Redes sociais |
1ª lista tinha 100 nomes e 5 capixabas viraram réus
Em abril, o Supremo formou maioria de votos para transformar os primeiros 100 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em réus pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro que depredaram a sede do STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
No Espírito Santo, constam na lista de denunciados uma artesã, um empresário, um pedreiro e uma mulher cuja profissão é ainda desconhecida. Confira abaixo:
- Ana Maria Ramos Lubase, de Cariacica, na Grande Vitória. A artesã usava suas redes sociais divulgando vídeos do acampamento golpista de bolsonaristas na Prainha, em Vila Velha, além de convocar as pessoas a se manifestarem contra o resultado das eleições. Ela aparece também em vídeos dentro de uma barraca acampando e defendendo o ex-presidente Bolsonaro.
Deise Luiza de Souza, da Serra, na Grande Vitória. Uma filha da bolsonarista fez uma campanha na internet para arrecadar dinheiro para pagar um advogado para a mãe.
Deise Luiza de Souza, presa após atos golpistas em Brasília. — Foto: Reprodução/Internet |
Charles Rodrigues dos Santos, de 41 anos, da Serra, na Grande Vitória. Trabalha como pedreiro e em dezembro de 2019, o Ministério Público do Espírito Santo moveu um processo contra ele por violência doméstica. A vítima é uma ex-companheira dele.
O empresário Marcos Moreira, 39 anos, é morador da Serra, na Grande Vitória. Ele já fez trabalhos como modelo e é conhecido por atuar numa empresa de fabricação própria de cortinas. Nas redes sociais, Marcos defendia que houvesse uma tomada de poder e saía em defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O empresário também divulgou diversos vídeos em suas redes sociais sobre a sua participação nos atos em Brasília, a começar por uma gravação dentro do ônibus saindo do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha, no dia 7 de janeiro, onde estava montado um acampamento golpista de bolsonaristas.
Além dessas quatro pessoas, Mateus Viana Maia também virou réu na primeira lista de 100 acusados de ato golpistas de janeiro de 2023, segundo o STF.
Ataques em Brasília
O ataque às sedes dos Três Poderes no domingo, 8 de janeiro, e terminou com vidraças e móveis quebrados, obras de arte e objetos históricos vandalizados, gabinetes de autoridades invadidos, documentos rasgados e armas roubadas, rasgaram documentos e roubaram armas.
O prejuízo ao patrimônio público foi calculado em ao menos R$ 3 milhões apenas na Câmara dos Deputados -- sede de parte do Legislativo, também composto pelo Senado Federal. Até o fim da noite de segunda-feira (9), um dia após os atos, pelo menos 1,2 mil pessoas haviam sido presas.
Ministério da Justiça divulga novas imagens dos ataques às sedes dos três poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro — Foto: Divulgação/Ministério da Justiça e Segurança Pública |
As denúncias foram oferecidas pela Procuradoria-Geral da República em dois inquéritos abertos para identificar os autores intelectuais, incitadores e executores dos crimes. Esses 100 denunciados estão presos.
A PGR afirma que os denunciados se associaram, de forma armada, a partir de convocações por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens com o objetivo de praticar crimes contra o Estado Democrático de Direito.
A denúncia afirma que “o grupo criminoso tentou depor, por meio de violência e grave ameaça, o governo legitimamente constituído”, sendo que isso “implicaria a prática reiterada de delitos até que se pudesse consolidar o regime de exceção pretendido pela massa antidemocrática".
Fonte: g1