Quatro policiais envolvidos no caso, que aconteceu em março, receberam alvará de soltura. Apenas o policial suspeito de efetuar o disparo permanece preso
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Quatro dos cinco policiais militares presos por suspeita de envolvimento na morte de um adolescente de 17 anos, em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo, foram soltos na quarta-feira (03).
De acordo com o advogado dos cinco policiais, Fúlvio Trindade de Almeida, a Justiça concedeu o alvará de soltura após a defesa fazer um novo pedido de revogação da prisão.
"No pedido, nós demonstramos que já não estavam mais presentes os requisitos da prisão preventiva. A decisão que revogou as prisões dos quatro militares foi justa, eis que já tinham se passado 64 dias e a defesa demonstrou a desnecessidade da manutenção da segregação cautelar", afirmou o advogado ao Folha Vitória.
Wanderson Gonçalves Coutinho, Tallison Santos Teixeira, Samuel Barbosa da Silva Souza e Leonardo Jordão da Silva deixaram o Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Vitória, por volta das 21h30 desta quarta-feira.
Thafny da Silva Fernandes, apontado como autor do disparo contra o adolescente, continua preso. Não há mais detalhes sobre a decisão, pois o caso tramita em segredo de Justiça.
Ministério Público denuncia PM que atirou em adolescente
O policial militar que atirou no adolescente foi denunciado por homicídio qualificado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
O caso aconteceu em março deste ano, no bairro São Geraldo. Cinco policiais militares realizavam diligências para averiguar uma possível posse ilegal de arma de fogo na região. O suspeito da ocorrência teria tentado fugir pelo telhado de um prédio, mas caiu no imóvel e pulou o muro em direção à rua.
Na época, o comandante da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, disse que os policiais foram acionados após receberam informações de que dois indivíduos conhecidos pela prática do trafico de drogas e homicídios estariam na região.
O adolescente foi detido e colocado sentado na calçada da rua. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o adolescente aparece com as mãos para trás, como se estivesse algemado. Pouco tempo depois, ele é baleado.
De acordo com o Ministério Público, o policial militar denunciado efetuou pelo menos um disparo de arma de fogo contra a vítima, à curta distância, o que causou a morte do jovem. O policial foi denunciado por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa. O caso segue em segredo de justiça.
Fonte: Folha Vitória