Acidentes durante colheita de café aumentam e acendem alerta para uso de equipamentos de proteção

Produtor se feriu duas vezes durante a colheita do café em São Domingos do Norte — Foto: Reprodução TV Gazeta

Com a chegada do período de colheita do café, os acidentes com trabalhadores nas lavouras do Espírito Santo aumentam. Os ferimentos mais comuns atingem os olhos e podem levar a lesões graves, o que acende o alerta para a importância do uso dos equipamentos de proteção individual.

Um desses casos é o do produtor rural Antônio Moschen, de São Domingos do Norte, no Noroeste do estado. Ele sofreu dois acidentes em menos de duas semanas, enquanto trabalhava na lavoura durante a poda do café. Nos acidentes, ele machucou os olhos.

“Eu estava podando uma lavoura baixa e machucou um pouquinho o olho. No olho direito eu tomei uma pancada forte com caroço de café, durante a poda, sangrou muito e precisei ir no doutor. Ele examinou e passou um colírio e um antibiótico”, contou.

Depois dos acidentes, Antônio procurou um médico e precisou iniciar um tratamento para os olhos. São cerca de dez dias usando colírio.

O produtor rural passou a utilizar proteção e se sente mais seguro trabalhando com os olhos protegidos.

“Fiquei com medo e comecei a utilizar os óculos de proteção. Graças a Deus, depois disso, não aconteceu mais nada. Estou praticamente recuperado das duas vistas”, reflete.

Acidentes aumentam durante a colheita do café

O índice de acidentes como o do produtor rural cresce nesse período da colheita do café, como explica o médico Milton Moraes Filho.

“Acaba crescendo um pouco mais. A gente evidencia isso nos serviços de emergências oftalmológicas em todo o estado. Às vezes, a gente tem três, quatro casos por semana. Observamos casos de corpo estranho nos olhos, como, por exemplo, restos de galhos, folhas, restos de cascas de café, terra”, diz o médico.

Produtor rural passou a utilizar equipamentos de proteção individual em São Domingos do Norte — Foto: Reprodução TV Gazeta

Além de corpos estranhos encontrados nos olhos, os trabalhadores podem sofrer ferimentos mais graves.

“Outro tipo de caso que pode aparecer é quando algum tipo de galho pode fazer um machucado na superfície celular e causar a ceratite, que pode ser por bactérias ou por fungos, e o tratamento acaba levando algumas semanas”, pontua Milton Moraes Filho.

"Casos mais raros é quando um galho pode perfurar um olho de uma pessoa. Nesse caso, a gente tem que agir imediatamente para fazer uma cirurgia para fazer o fechamento daquele olho", finalizou o médico.

Lavoura de café localizada em Domingos do Norte — Foto: Reprodução TV Gazeta

Recomendações no campo

Para quem trabalha na colheita do café ou em outras culturas, fica a importância não só da viseira para proteger os olhos, e sim o uso dos equipamento de proteção individual completo, que inclui botas, luvas e máscara.

"Como a colheita do café envolve um processo de tração e, na maioria das vezes, manual, então o produtor acaba precisando tracionar o galho do café para puxar. Nessa tração que ele faz, acaba desprendendo outros galhos de café que podem atingir as vistas e pode levar a sérios danos na visão", explicou o gerente de saúde e Segurança do Trabalho, Edenilton Souza.

“O óculos de proteção é ideal nesses casos para proteger esse tipo de risco. E na poeira do café, que nós temos o desprendimento de material orgânico, a máscara é um equipamento ideal, que evita a respiração desses produtos químicos e também do material inorgânico”, avalia o gerente

Edenilton Souza ressalta a importância do uso de botinas também, uma vez que pode haver pedras e cacos de vidro no chão onde a colheita ocorre.

Algumas lojas de produtos rurais vendem kits de proteção, que inclui touca árabe, viseira, camisa, avental, luvas, calças, bota e máscara.

As luvas, por exemplo, protegem contra contaminações químicas, por exemplo. Já o avental protege contra vazamentos e respingos. Botinas dão estabilidade no terreno e protegem até de picadas de alguns animais no chão.

Fonte: g1


Postagem Anterior Próxima Postagem