Idosos ganham auxílio de aparelho no tratamento de sequelas de AVC

O dispositivo é oferecido para os idosos que realizam acompanhamento e tratamento no Centro de Referência de Atendimento ao Idoso (CRAI) de Vitória

A aposentada Maria Rosélia sofreu um AVC e precisou passar por tratamento utilizando uma órtese - Foto: Reprodução/TV Vitória

Há cerca de um ano e meio, a aposentada Maria Rosélia Barbosa, de 74 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ficou com sequelas que prejudicaram o movimento da perna e da mão esquerda. A família e a idosa viram a rotina mudar completamente.

Por conta da doença, ela acabou tendo os movimentos da mão esquerda e da perna esquerda limitados e precisou passar por sessões de fisioterapia e acompanhamento médico.

Isso também acabou impactando no cotidiano e afetou na realização de tarefas diárias, como pentear o cabelo, beber água e, claro, se locomover.

O uso de uma órtese (aparelho externo usado para auxiliar os movimentos dos membros) ajudou a idosa a melhorar os movimentos.

"Usei a órtese na mão para ela ficar mais alongada, mais reta. No dia a dia me ajuda quando preciso pegar alguns objetos, dar mais firmeza e também no momento de fazer exercícios para melhorar a mobilidade do braço", detalha a aposentada.

Outra pessoa que passou por uma situação parecida foi o aposentado Marcos Aurélio Magnago. Aos 70 anos, ele sofreu o quarto AVC e ficou com sequelas que afetaram a fala e os movimentos do idoso.

"Os três primeiros foram normais, mas no quarto ele acabou perdendo a voz e ficou todo paralisado e está dando bastante trabalho. A nossa vida mudou totalmente. Hoje eu vivo em função dele. Ele sempre foi muito ativo", explica a esposa do aposentado, a advogada Gilceia Magnago.

Por conta das sequelas deixadas pela doença, os idosos fizeram diversos tratamentos, entre eles, o uso de órtese e exercício diários para estimular os movimentos.

No caso de Maria Rosélia, a melhora resultou na alta do tratamento, mas a dona de casa Helena Barbosa, que é irmã da aposentada, conta que o trabalho continua em casa.

Dona Helena Barbosa é quem cuida da irmã - Foto: Reprodução/TV Vitória

"Ela estava bem melhor, apesar de usar a cadeira de rodas, ela também anda de muleta e andador. Agora só depende dela para evoluir mais. Em casa ela faz os exercícios, ela não fica completamente parada porque corre o risco de atrofiar a mão", ressalta a irmã.
Produção de órteses

A produção de órteses é um dos serviços oferecidos pelo Centro de Referência de Atenção ao Idoso (Crai) da Prefeitura de Vitória. Os dispositivos ajudam no funcionamento de membros do corpo. O desenho do aparelho é feito pelas terapeutas que trabalham na unidade, depois o material é aquecido e moldado no corpo do idoso.

"Nós fazemos as órteses para posicionar melhor o membro e ajudar na funcionalidade. Aqui na reabilitação, que acontece duas vezes por semana, trabalhamos com alongamentos e estímulos. A órtese vai manter esse alongamento ao longo do dia", reitera a terapeuta ocupacional Kellen Marra Leal.

Marcos Aurélio no CRAI fazendo o molde para a órtese que vai auxiliá-lo - Foto: Reprodução/TV Vitória

A órtese alinhada com outros estímulos ajuda no cuidado do paciente. "Elas fazem parte do processo de reabilitação que envolve toda uma equipe dando suporte. Elas vem para auxiliar nesse processo, junto com ela existem outros tipos de tratamento, como o uso de da toxina botulínica que ajuda a relaxar a musculatura", pontua o fisiatra Fabricio Buzatto.

Para quem tem dúvidas, é importante frisar que as órteses não possuem as mesmas funções das próteses. O fisiatra explica que o dispositivo é indicado de acordo com a necessidade do paciente.

"As órteses são dispositivos confeccionados sob medida que vem para facilitar ou auxilia uma função perdida para evitar que causa deformidades ou causem dor. Já a prótese vem para substituir uma parte do corpo perdida, você usa um componente mecânico para fazer essa substituição", explica.

Para que servem as órteses

- Complementar o tratamento durante o processo de reabilitação

- Aliviar as dores e auxiliar na correção de postura

- Ajudar a prevenir o surgimento de deformidades

- Auxiliar, mas não substituir a função corporal

As órteses são produzidas no Crai da PMV - Foto: Gabriela Valdetaro | TV Vitória

Onde conseguir tratamento?

O local onde os dois idosos conseguiram fazer o tratamento é o Crai de Vitória.

Lá, é oferecido um serviço especializado em geriatria e gerontologia, destinado a pessoas com idade a partir de 60 anos, moradores de Vitória e que possuem algum comprometimento da capacidade funcional causados por doenças incapacitantes como Parkinson, demências e AVC.

"É um serviço que atende pacientes que possuem comprometimento na capacidade funcional. Tanto nas atividades básicas da vida diária como se alimentar, tomar banho, se vestir sozinho. Se o idoso tem algum comprometimento nessas atividades, ele tem potencial para atendimento aqui", explica Kellen.

O atendimento no local é multidisciplinar e possui profissionais de diversas áreas. "Temos geriatras, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas, entre outros. O paciente que vem para cá necessita desse tipo de atendimento que abrange várias áreas", detalha.

Para ter acesso ao serviço, é preciso encaminhamento feito pelo médico na Unidade Básica de Saúde após ser avaliado pela equipe de Atenção Básica responsável pelo acompanhamento.

Fonte: Folha Vitória

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