Número de pessoas deslocadas à força no mundo atinge recorde de 110 milhões, diz ONU

Categoria abrange pessoas que tiveram de deixar suas casas por causa de conflitos armados, por exemplo. Guerra na Ucrânia e disputa pelo poder no Sudão contribuíram para recorde.

Uma mulher que fugiu da invasão russa na Ucrânia abraça uma criança em um campo de refugiados temporário na Polônia — Foto: Yara Nardi/Reuters

O número de pessoas deslocadas à força no mundo atingiu a marca recorde de 110 milhões, segundo relatório da Agência de Refugiados das Nações Unidas (Acnur) divulgado nesta quarta-feira (14). A guerra na Ucrânia e os conflitos no Sudão contribuíram para a marca histórica.

No fim do ano passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) calculava que 108,4 milhões de pessoas haviam sido deslocadas à força dos locais onde viviam. Neste cálculo entram pessoas que fugiram de casa por conta de conflitos armados, por exemplo.

Nos últimos meses, quase 2 milhões de pessoas passaram a fazer parte deste grupo. Segundo o alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, o conflito no Sudão foi o principal causador de deslocamentos à força neste ano.

"As soluções para esses movimentos são cada vez mais difíceis de imaginar, até mesmo de colocar na mesa", disse.

De acordo com a ONU, atualmente, cerca de metade das pessoas deslocadas à força são de três países: Síria, Ucrânia e Afeganistão.

Antes de 2011, quando começou o conflito na Síria, o número de refugiados e deslocados no mundo se mantinha praticamente estável, em 40 milhões de pessoas. No entanto, esse número veio subindo ao longo dos últimos anos.

Grandi afirmou que existe um "pacote usual de causas" para esse aumento. Além dos conflitos armados, o comissário citou a perseguição de pessoas, discriminação, violência e mudanças climáticas.

"Estamos em um mundo muito polarizado, onde as tensões internacionais se estendem até as questões humanitárias", afirmou.

Apesar de demostrar preocupações em relação às regras adotadas por diversos países sobre a admissão de refugiados, Gandi disse estar otimista com alguns avanços, como um acordo feito pela União Europeia sobre a responsabilidade compartilhada sobre imigrantes.

O vídeo abaixo, de 2022, mostra que naquele ano a ONU apontava que 1% da população vivia em deslocamento forçado:


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