Qual o seu tipo sanguíneo? Saiba para quem você pode doar sangue e de quem pode receber


Você sabe qual é o seu tipo sanguíneo? E para quem pode doar e de quem receber sangue? Doar sangue é um ato importante de solidariedade, afinal, não existe um substituto para ele. Isso por que não é fabricado artificialmente. Mas para ser um doador é necessário preencher alguns requisitos.

As dúvidas são muitas e, para esclarecê-las, a reportagem do Folha Vitória conversou com o médico hematologista Douglas Stocco Covre.

Confira abaixo perguntas e respostas sobre doação de sangue:

1. Quem pode doar sangue?

R: Qualquer pessoa entre 16 e 69 anos, mas desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos de idade. Então, pessoas entre 60 e 69 anos só podem doar se já forem doadoras, não podem fazer a doação depois dos 60 anos.

Entre 16 e 18 anos tem que ter um consentimento de um responsável legal, mas a partir dos 16 pode, sim, fazer a doação de sangue.

2. Em quanto tempo nosso organismo repõe o que foi doado?

R: O tempo que a pessoa demora para repor o sangue varia. Normalmente, o homem, em torno de 2 meses, e a mulher em torno de 3 meses. É por isso que a gente tem esses prazos pra fazer a doação.

O homem pode doar a cada 2 meses, respeitando 4 doações no ano, e a mulher 3 meses, respeitando 3 doações no ano.

3. Por que homens e mulheres têm intervalos de tempo diferentes entre cada doação?

R: Homens e mulheres têm intervalos diferentes por causa da constituição do corpo diferente. Além disso, o homem tem uma massa eletrocitária maior. Quer dizer, tem mais hemácias, mais células vermelhas. Além disso, a mulher perde mensalmente sangue pela menstruação.

Então, esse é um fator que deixa a hemoglobina e a reserva de ferro dela menor. É por isso que ela tende a tolerar menos doações de sangue e aí ela tem que respeitar o intervalor maior para o corpo dela repor.

Claro que reposições mais rápidas podem ser aceleradas com a reposição de ferro. Em alguns casos, de doadores que são assíduos, que doam 3 e até4 vezes ao ano, é feita a reposição de ferro pelo próprio centro da coleta para o paciente não sofrer com relação à isso.

Além da idade, tem que pesar ao menos 50 quilos, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas, portar documento nacional com foto e mais: não deve fazer a doação em jejum, como muita gente pensa. O recomendado é evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação.

4. Qual a função do sangue no nosso organismo?

R: A função do sangue no nosso organismo é distribuir oxigênio e nutrientes para todos os órgãos do corpo. É ele que faz tudo o que a gente tem funcionar. Sem o sangue, o cérebro, o fígado, nenhum órgão nosso funcionaria.

Ele tem essa função de transporte de substâncias e de oxigênio. Tem ainda a função de defesa do nosso organismo. As células de defesa estão no sangue. Tem também a função de coagulação, não permitindo que nossa feridas, por exemplo, sangrem sem parar.

5. Quais doenças podem inviabilizar a doação de sangue?

R: De maneira geral, as doenças infecciosas inviabilizam a doação de sangue, principalmente hepatites e HIV. Pacientes que têm doenças cardíacas graves, anemia falciforme e câncer também não podem.

Para saber disso é feita uma entrevista com cada voluntário antes mesmo da doação. Se ele não tiver nenhuma condição que contraindique poderá doar, caso contrário, será bloqueado. Algumas outras doenças, é determinado um tempo de espera para recuperação e depois está liberado para doar.

6. O que colabora para a manutenção de um "sangue saudável"?

R: Alimentação saudável, controle adequado da glicose e do colesterol, fazer exercícios... Tudo isso é importante para a manutenção da saúde sanguínea.

O sangue em si, tem doenças próprias, algumas anemias, leucemias e linfomas que são doenças da fábrica da medula óssea, eu tenho uma alteração no funcionamento dessa fábrica que pode levar à uma dessas doenças que não são preveníveis.

7. Quantos e quais tipos sanguíneos existem?

R: Diferentemente do que a gente pensa, existem mais de 30, quase 40 tipos sanguíneos, porém os que tem uma importância transfusional mais relevante para os pacientes, de modo geral, vão ser os subtipos do grupo A B O e grupo RH.

O Fator RH é um outro grupo sanguíneo, além do A B O, que tem um importância transfusional por que o paciente que é RH negativo não pode receber RH positivo se não vai ter uma reação aquela transfusão. É um fator importante de saber na hora de doação ou transfusão de sangue

8. O que significa o fator RH?

R: Via de regra, se tiver um sangue que é o mesmo do seu, é melhor, mas nem sempre, existem. Neste caso, falando de hemácias, tem aqueles que são doadores universais e receptores universais. O paciente que tem determinado tipo sanguíneo pode ter um anticorpo contra o outro tipo sanguíneo e, por isso, atacar aquela hemácia quando entrar em contato com ela em uma transfusão de sangue.

O paciente que é A, tem um anti-B, o paciente que é B tem um anti-A, o paciente que é AB, como tem os 2 antígenos, não tem nem anti-A e nem anti-B. O paciente que é O tem o anti-A e o anti-B.

O paciente que é AB como não tem antígeno nenhum, então ele pode receber do tipo A, do tipo B e do tipo O. Já o tipo O é doador universal. Como ele não tem antígeno A e nem o B, ele pode doar sangue pra quem é O, AB, A e B.

9. Quais os riscos de receber um sangue que não é "compatível" com o que tenho?

R: O principal problema de receber um componente que não é compatível, é o risco de reação transfusional, que geralmente é aguda. Ou seja, como eu tenho anticorpo contra aquele sangue que eu estou recebendo, ele vai destruir a célula de maneira imediata.

A mais comum é a reação hemolítica, em que a célula é quebrada pelo anticorpo liberando ocitocinas, podendo dar febre e dor lombar. Essa reação, inclusive, pode ser grave. Por esse motivo é muito importante que sejam compatíveis e não necessariamente seja o mesmo tipo sanguíneo.

Fonte: Folha Vitória


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