Comunidade de clientes: entenda a estratégia usada por jovem que vendeu 2 mil moletons em 15 minutos


A LA's Clothing, da empreendedora, Luana Amy faturou R$ 3,5 milhões em 2022 e pretende chegar a R$ 5 milhões neste ano

Luana Amy, fundadora da LA's Clothing Estúdio Tofu

Aos 21 anos, Luana Amy, fundadora da LA's Clothing, comemora ter criado uma comunidade de clientes fieis de sua marca que esperam ansiosas pelas novas roupas que ela oferece. O último lançamento foi uma coleção de moletons, em junho deste ano. O lote de 2 mil peças esgotou em 15 minutos no e-commerce, que faturou R$ 3,5 milhões em 2022.

A empreendedora, que mora em Mogi das Cruzes, em São Paulo, conta que a estratégia foi criar uma antecipação dentro da comunidade, expondo todo o processo de criação e produção. “As clientes já ficam animadas antes do lançamento porque sabem até como foi a escolha do tecido”, afirma. “Elas se sentem parte da marca.”

No final de junho, a empresa lançou uma reposição das peças de sucesso, dessa vez com estoque 30% maior. Resultado: esgotaram novamente em 15 minutos. “Muitas pessoas até falam que essa escassez é uma estratégia proposital, mas não é bem assim. Nós realmente aumentamos a produção na reposição, mas também não queremos saturar os produtos”, afirma.

Ela entende que alguns clientes fiquem chateados ao não conseguir comprar os itens no lançamento. "Mas tenho certeza que, no fundo, eles sabem que nós fazemos de tudo pra entregar a melhor experiência pra todos os consumidores. Já chegamos a triplicar a produção", diz Amy. Uma segunda leva de reposição foi colocada no site no dia 24 de julho e ainda está disponível. Ela não revela quantas peças foram fabricadas.

Moletom da LA's Clothing — Foto: Reprodução/Instagram

Apesar do sucesso do empreendimento, criar uma marca de roupa não era a opção de carreira de Amy — que considerava fazer faculdade de Medicina. Enquanto estava no último ano do ensino médio, em 2018, a jovem se dedicava a criar e vender filtros do Instagram. 


Também costumava desenhar em seu tempo livre.

“Sempre gostei de compartilhar o processo nas redes sociais, então as pessoas da minha cidade já sabiam que eu gostava de desenhar”, afirma. Quando postou o desenho de uma estampa floral que havia desenhado, recebeu mensagens de outras garotas interessadas em comprar um quimono com a estampa. Entretanto, viu que sairia muito caro estampar um tecido com o desenho.

“Percebi que não entendia nada do mundo da moda, mas me animei com as mensagens que havia recebido”, diz a empreendedora. Ela começou com peças que usariam menos tecido, como saias, tops e blusas. Escolheu as estampas em uma loja e contratou os serviços de uma costureira. “Aprendi durante o processo. Por exemplo, a dona da loja de tecidos me explicou quais eram as melhores para trabalhar”, afirma. “Eu ficava muito atenta ao que as pessoas do setor me diziam.”

Com as peças prontas, criou uma página no Instagram para vendê-las. “Sou muito perfeccionista, então também fiz um logo e toda a identidade visual. Percebi que tinha uma paixão por criar arte”, afirma. Rapidamente, Luana conseguiu 200 seguidores na página. Entretanto, quando lançou o site, no início de 2019, fez apenas uma venda e percebeu que deveria focar na divulgação.

Em um grupo do Facebook, viu que universitárias postavam fotos dos looks e começou a fazer o mesmo, utilizando as peças de seu negócio. “As pessoas comentavam que queriam os itens, e eu enviava mensagem dizendo que eu tinha uma loja”, afirma.

Amy considera que a maneira como tirava suas fotos foram fundamentais para atrair seguidoras. “O Pinterest foi uma inspiração para eu tirar fotos que sabia que iam viralizar”, diz. Ela apostava em imagens que mostravam além das peças. “É um lifestyle em que a mulher é vaidosa mas, ao mesmo tempo, a moda não é tudo em sua vida. Ela tem família, trabalho e precisa estudar.”

Feed da LA's Clothing: marca aposta em mostrar estilo de vida — Foto: Reprodução/Instagram

A empreendedora também decidiu contratar influenciadoras digitais para divulgar a marca. “Na primeira postagem, já consegui 10 pedidos. Para mim, isso já era muito”, afirma. “Entendi que, assim como eu tinha o desejo de consumir o que as blogueiras postavam, outras pessoas teriam também."

A empreendedora também costumava repostar suas clientes com os produtos e pedia sugestões sobre os próximos lançamentos. “Com isso, criou-se uma comunidade de consumidoras da marca”, diz. Amy conta ter descoberto que suas consumidoras são mulheres que também praticam atividades físicas. Por isso, se prepara para lançar até o fim deste ano uma coleção fitness.

A expectativa é fechar o ano com faturamento de R$ 5 milhões.


Fonte: Empresas e Negócios 




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