O uso foi oficializado em todo o Brasil, mas no Espírito Santo, a utilização do cordão está em vigor desde 2021
Foto: Reprodução/TV Vitória |
O governo federal oficializou o uso do cordão com fita de girassóis para identificar pessoas com deficiências ocultas, aquelas que não são percebidas de imediato, como autismo, surdez e deficiências intelectuais.
O uso foi oficializado em todo o Brasil, mas no Espírito Santo, a utilização do cordão está em vigor desde 2021. Apesar de facilitador, o item não dispensa a apresentação de documentação que atesta a deficiência.
O cordão serve como um símbolo de identificação, o que pode ajudar estas pessoas a receber atendimento prioritário ou até mesmo ajuda em situações de emergência.
Representante da Comissão de Direitos Humanos da Pessoa Com Deficiência, Pravila Leppaus afirma que a utilização do cordão é uma conquista das pessoas com deficiências ocultas.
"O uso do cordão com fitas com desenhos de girassóis é um facilitador para o exercício dos direitos das pessoas com deficiências ocultas", disse.
O que dizem usuários
A servidora pública Ana Paula Fialho é mãe do jovem Juan, de 15 anos, que é autista. De acordo com ela, a condição do filho já foi tratada com preconceito, o que ocasionou diversos prejuízos a ambos no convívio com outras pessoas.
"O Juan uma vez estava numa crise sensorial dentro de um ônibus e o motorista se levantou, parou o ônibus e para que eu descesse do ônibus com ele e gritava, me dizendo que ele era uma criança mal educada, que não suportava mais ouvir os gritos dele", afirmou.
Segundo ela, a utilização do cordão ajudou a dar visibilidade às necessidades do filho, o que torna mais fácil a identificação de que Juan é uma pessoa com deficiência.
"Eu agora já não preciso mais falar que meu filho é autista, o cordão fala por mim, então automaticamente por onde o Juan anda as pessoas já identificam que ele é uma pessoa que tem uma atenção diferenciada, ele precisa de um suporte diferenciado, ele é uma pessoa com deficiência", completou.
Já para a auxiliar administrativa, Claudenice Fantin, ir a um aeroporto era uma tarefa que demandava paciência e muita força de vontade para embarcar em um voo. Ela que é surda e aprendeu a falar desde pequena, relata que muitas pessoas não enxergam sua deficiência.
"Essa questão dos aeroportos, como Guarulhos, que é enorme, a gente fica perdida e é muito difícil das pessoas entenderem, porque eu sou surda oralizada e eles não conseguem associar a deficiência com o meu físico", disse.
Com passagem comprada para São Paulo, ela já está com o cordão em mãos para viajar com tranquilidade e afirma que amigos com a mesma deficiência, foram tratados de forma adequada em aeroportos após o uso da identificação.
"Os aeroportos estão preparando seus funcionários para poder atender melhor. Os amigos surdos, alguns já fizeram viagens com cordão e foi um tratamento diferenciado, logo chegando no aeroporto foram abordados e falaram que se precisasse de ajuda a equipe estava pronta para apoiar", disse.
Fonte: Folha Vitória