Feijão das montanhas: produtores comemoram qualidade dos grãos cultivados em terras frias no ES

Lavoura de feijão em Venda Nova do Imigrante no ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Produtores de Venda Nova do Imigrante, na região das montanhas do Espírito Santo, estão animados com a qualidade dos grãos de feijão da safra deste ano. O produto, que é um dos alimentos mais apreciados pelos brasileiros, atualmente está no auge da colheita.

Ao todo, o Espírito Santo conta com 10 mil hectares plantados de feijão e a estimativa é que a produção movimente cerca de R$ 60 milhões.

Venda Nova do Imigrante fica localizada na Região Serrana, a uma altitude entre 630 e 1.550 metros, e conta com 75 hectares de feijão plantados, que devem movimentar cerca de R$ 270 mil. As lavouras do município, em sua maioria, são de agricultores familiares. Em mais de 50 propriedades o plantio é feito de forma casada com outras culturas, como café.

Evaldo de Paula, consultor técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) disse que o sucesso do "feijão das montanhas" pode ser atribuído a quatro principais motivos.

O primeiro é a manutenção do bom preço de venda, que incentiva o produtor a plantar, seguido dos fatores climáticos.

"Esse ano contribuiu bastante porque choveu na hora certa e a produtividade vai ser alta", disse consultor técnico do Incaper.

O terceiro motivo para o sucesso na safra de feijão é a facilidade que a cultura tem de se adaptar a diferentes modelos de cultivo. O quarto motivo apontado pelo consultor técnico do Incaper é o aproveitamento de áreas, onde antes era feito o plantio de outras culturas.

"Nos últimos cinco anos, a questão do plantio de olerículas (tipos de plantas que podem ser hortaliças ou tubérculos) se condensou em cultivo protegido. Grandes áreas onde se plantavam tomate e pimentão ficaram livres para culturas anuais. Aí o feijão está se despontando entre elas", disse Evaldo de Paula.

Grãos vistosos

Feijão preto, branco e vermelho cultivados em Venda Nova do Imigrante, ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O produtor Lúcio Falqueto, que trabalha com o sobrinho e as irmãs, disse que os grãos colhidos estão tão vistosos, bonitos e sem defeito, que mal precisaram ser catados.

"A qualidade dessa colheita agora está muito boa porque não choveu na hora que ele estava madurando. Então, dá um produto de primeira mesmo. Não dá nem tanto trabalho pra você catar ele porque ele já vem limpo da roça. Muito fácil de manusear", disse o produtor.

Lúcio Falqueto, produtor de feijão de Venda Nova do Imigrante, ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Na fazenda, tudo é feito de forma manual e com poucas máquinas. Após a colheita, a separação é feita à mão e o envasamento o feijão produzido pela família é destinado à merenda escolar e também é vendido em comércios locais e de outras cidades do estado.

Na propriedade do agricultor Fábio Avanci, o cultivo de feijão é dividido em 70% vermelho, 20% de preto e 10% de feijão carioca.

"Quando a gente vai fazer uma renovação de lavoura, faz um replantio de café, a gente aproveita a área, planta o feijão, que a gente tem comércio na beira da pista. Além do consumo, a gente usa ele também como uma fonte de renda", disse o produtor Fábio Avanci.

Fabiano Avanci, produtor de feijão em Venda Nova do Imigrante, ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Vagens são usadas como adubo

E na plantação do feijão, quase tudo se aproveita. O técnico do Incaper Evaldo de Paula disse que as vagens do feijão podem ser reutilizadas como adubo em outra lavoura.

"Por ser uma leguminosa, ela tem a capacidade de fixar nitrogênio no solo, o que é bom, e também a palhada pode ser devolvida ao solo em forma de matéria orgânica. Então, se forma o ciclo de sustentabilidade", disse o técnico do Incaper .

Vagens de feijão em lavoura de Venda Nova do Imigrante, ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Fonte: G1


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