'Pode isso?' Quase 400 estudantes são investigados por usarem o ChatGPT

146 alunos já foram considerados culpados e tiveram suas notas zeradas; entenda porque não se deve usar o ChatGPT ou o Bard para fazer trabalhos escolares e acadêmicos

Cerca de 400 estudantes universitários estão sendo investigados por plágio, após suposto uso do ChatGPT para concluir trabalhos acadêmicos, no Reino Unido. Segundo informações divulgadas pelo tabloide britânico Metro, 146 deles já foram declarados culpados. Já os dados do jornal estudantil mostram que pouco mais de 40% de todas as universidades do país já sofreram com o problema, que atinge instituições renomadas, como a Universidade de Glasgow.

A atividade, além de ser considerada antiética e até ilegal, pode trazer complicações para os estudantes - a maioria dos alunos que foram declarados "culpados" teve suas avaliações zeradas pelas universidades. Desde o seu lançamento, o ChatGPT tem gerado debates entre professores, que demonstram preocupação com o mau uso da ferramenta.

Lista mostra 5 formas de utilizar ChatGPT na busca por vagas de trabalho — Foto: Reprodução/Freepik

De acordo com os dados obtidos pelo jornal estudantil The Tab, 377 alunos estão sendo investigados por usar o ChatGPT para "colar" em suas avaliações - número pode ser ainda maior, já que os casos só começaram a ser investigados agora. Segundo informações do portal de notícias India Today, desde o início do ano, o uso de chatbots de inteligência artificial como o ChatGPT cresceu significativamente dentro das universidades.

Os chatbots estão disponíveis na web gratuitamente e podem responder a praticamente a qualquer pergunta feita pelo usuário. É possível, por exemplo, usar ferramentas como o Bard ou ChatGPT para criar textos completos sobre um assunto específico em apenas alguns segundos, o que pode facilitar a "cola" nas avaliações acadêmicas.

Nesse sentido, por conta da facilidade do uso dos programas, é provável que o número de estudantes que cometeram plágio seja ainda maior. O caso, inclusive, fez com que algumas instituições de ensino admitissem receio em revelar os flagrantes por medo de que a notícia possa prejudicar a "reputação" das universidades.

Alunos de universidades no Reino Unido são acusados de plágio após usarem o ChatGPT — Foto: Gisele Souza/TechTudo

A solução encontrada pelas instituições foi recorrer a softwares "anti-plágio", capazes de identificar o potencial do conteúdo ter sido gerado por uma inteligência artificial. A ferramenta, no entanto, também tem levantado questionamentos por parte dos professores, que temem a possibilidade de acusar alunos erroneamente. Uma das instituições, a Universidade de East Anglia, que investigou 47 estudantes, considerou 22 deles "culpados", zerando suas avaliações - ação que pode ter impacto bastante negativo em suas vidas acadêmicas.

Pode usar o ChatGPT ou o Bard para fazer trabalhos escolares?

Os chatbots de inteligência artificial podem ser ferramentas bastante úteis na hora dos estudos, mas é importante destacar que elas podem cometer erros. O ChatGPT, por exemplo, tem acesso a uma base de dados bastante limitada e não é capaz de responder a solicitações mais atuais, já que ele é alimentado por conteúdos gerados até o ano de 2021.

Usar chatbots para fazer trabalhos escolares e acadêmicos pode ser considerado plágio; entenda — Foto: Divulgação/Getty Images

O Bard, em contrapartida, pode retornar com respostas atuais por ser capaz de fazer consultas em tempo real pela Internet. Mas, essa facilidade também tem seu lado negativo, já que, por conta disso, o chatbot também pode gerar respostas imprecisas e incorretas.

Além disso, o uso das ferramentas para a produção de trabalhos escolares ou acadêmicos também tem levantado diversos debates acerca de um possível aumento na incidência de plágios. Como os chatbots não são capazes de gerar um conteúdo criativo e apenas reproduzem textos disponíveis em sua base de dados, eles podem, inclusive, dificultar a identificação dos textos plagiados. No entanto, vale lembrar que, no Brasil, plágio é considerado crime e tem pena de três meses a um ano de reclusão, além do pagamento de multa.

Ou seja, as ferramentas podem ser usadas como fonte de informação, mas estas devem ser checadas. Os textos gerados por elas, por sua vez, não deve ser replicados em trabalhos escolares e acadêmicos.

Fonte: TechTudo, com informação de Metro

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