Hoje em dia é muito comum alguém ficar pelos cantos da casa chorando, ou não sentir tanta graça nas coisas que sempre gostou de fazer, perder o gosto pela vida e achar que isso é uma fase, que vai passar.
Ir ao psiquiatra? De jeito nenhum, primeiro porque não estou doido, segundo porque isso vai passar é só um desanimo por causa da minha questão financeira que não está fácil, ou por conta do casamento que não vai lá essas coisas, ou porque a saúde não anda mais como antigamente.
A maioria absoluta das pessoas terá uma dificuldade, um acontecimento triste, uma tragédia ou razão para ter motivo para reclamar de algo da vida. Contudo, da mesma forma que temos dificuldades temos alegria e motivos para sorrir.
Quando alguém começa a indicar sintomas da depressão significa que algo mais sério está acontecendo e não tão somente uma visão “pessimista” da vida.
Não é questão de estar doido, é questão de estar doente. E, da mesma forma que temos que ir ao médico por conta da nossa saúde física, devemos ir ao médico para cuidar da nossa saúde mental.
Existem duas situações diferentes aqui:
– Uma doença (depressão) que merece tratamento específico e não pode ser negligenciada;
– Um estado de tristeza ou visão da vida pelo lado negativo.
No primeiro caso, a doença começa com a falta de vontade para realizar atividades que davam prazer, energia reduzida, cansaço além do usual, sensação de vazio ou tristeza, vontade de abandonar tudo, parece que o mundo antes colorido passa a ser visto preto e branco.
Aparecem choros ou um sentimento de tristeza ou fracasso que antes não existia, com falas ou pensamentos pessimistas, culpa e baixa autoestima. Caso isso aconteça deve existir esse olhar consciente, isso não é uma “frescura” ou “invenção” da pessoa, esses sintomas são reais e por isso precisa de um médico psiquiatra para diagnosticar e receitar o tratamento.
A doença acontece quando existe o desequilíbrio na produção dos neurotransmissores que tem um papel determinante na depressão (ex: noradrenalina e serotonina).
Por isso é tão importante do diagnóstico porque quanto mais cedo for descoberto mais cedo poderá ser iniciado o medicamento e a cura acontecer. Se você sente que isso está acontecendo com você procure um médico psiquiatra de confiança.
A outra situação é o caso de não existir o diagnóstico da doença. Ter sentimentos negativos é normal. Alguém acordar sem vontade de levantar-se, com preguiça do trabalho, ou sem energia em um dia chuvoso.
A diferença destes sentimentos para a depressão é que na depressão mesmo se quiser a pessoa não consegue mudar este estado.
Quem não está doente pode estar desanimada, mas se uma amiga liga e fala que vai lhe fazer companhia, isso já é motivo para uma animação, e então o desanimo dá lugar a uma vontade de colocar uma roupa nova, já mudando o humor e a pessoa já consegue fazer tudo que estava em seus planos. Uma pessoa com depressão não consegue fazer isso.
Assim, quando não existe a depressão, mas apenas um estado de tristeza, pensamentos negativos, pode haver mudança no comportamento por algum estímulo externo e aí já altera o pensamento e consequentemente o estado de bem estar de alguém, como já comprovado pela neurociência.
Você está passando por isso? Quer saber como mudar?
Em primeiro lugar você deve reconhecer que são só pensamentos, ou seja, aquilo não é algo que seja absoluto. Se você tiver algum pensamento sobre você mesmo (a) encare isso como um “ponto de vista”. E está tudo bem se às vezes pensamos de um jeito pessimista, isso não é tão anormal como você pensa.
Toda verdade parte de um ponto de vista, e para você conseguir entender diferentemente daquela sua opinião, pensamento primitivo, você tem que contrapor outros pontos de vista.
Que tal você fazer um exercício agora? Pegue algo que você acredita negativamente sobre você. Algo que você afirma ser verdade. Pegou? Ok, agora você acrescente à esta fala o seguinte pensamento: SERÁ?
Vamos a um exemplo:
“Não conseguirei uma promoção no meu trabalho”. Isso parece real para você? E se você colocar o “será” nesta afirmação ela deixa de ser tão absoluta.
Vamos refletir:
“Será que não conseguirei uma promoção?” E aí seu cérebro automaticamente começa a pensar em ponto de vistas diferentes que te fazem pensar sobre possibilidades de você conseguir. Você sai daquele aspecto fixado de uma coisa que parece ser real para o estado de dúvida e aí pode ser inclusive que você consiga pensar em meios para aquilo acontecer.
Fonte: Folha Vitória - Vida Saudável