O aumento de testes virtuais para descobrir o TDAH ou formulários para chegar ao diagnóstico revelaram uma problemática: a escassez de remédios para o transtorno
A busca cada vez maior por remédios para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem gerado questionamentos sobre sua relevância e potenciais consequências dessa condição.
Embora a procura por tratamentos reflita uma crescente conscientização sobre o TDAH, também desperta preocupações acerca de diagnósticos excessivos e o uso indiscriminado de medicamentos.
O termo e a relevância do transtorno tem sido uma das pautas em alta desde 2021 e, consequentemente, criou-se a impressão de que todos sofrem com TDAH na internet.
Inclusive, os algoritmos se aproveitaram desse crescimento para popularizar ferramentas. Havia uma oferta relacionada a um jogo digital, sugerindo seu potencial para auxiliar na “reconexão” cerebral.
Além dos jogos, fomos bombardeados com anúncios que incluíam a disponibilidade de uma avaliação gratuita de curta duração, destinada a determinar a presença do transtorno.
A crescente parece não ter parado por aí, uma vez que os Estados Unidos registraram uma escassez de medicações para o TDAH.
A procura por remédios de TDAH e sua relevância: todos têm o transtorno?
No mês de outubro de 2022, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA fez um anúncio acerca da falta de disponibilidade nacional de sais mistos de anfetamina, conhecidos comercialmente como Adderall.
O Adderall de marca e suas variantes genéricas estabeleceram-se como uma das opções terapêuticas mais amplamente prescritas para o tratamento do transtorno.
Neste mês de agosto, por exemplo, o país ainda lida com a insuficiência de diversos fármacos destinados ao TDAH, alguns dos quais não se esperava que fossem restabelecidos antes de mais alguns meses.
(Imagem: divulgação) |
Em março deste ano, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos trouxeram à tona um aumento extraordinário nas prescrições de estimulantes no período entre 2020 e 2021.
Até que os dados de prescrição dos anos de 2022 e 2023 sejam divulgados pelo CDC, os pesquisadores não poderão determinar as tendências observadas em 2021.
Portanto, 2023 pode ser o ano em que mais se observará aumento nas receitas médicas para adultos e uma elevada demanda por medicamentos para o TDAH.
Fonte: Agência Trezeme