Aeronave de cargas saiu de Miami, deixou uma carga de eletrônicos na Capital capixaba e foi para Bogotá, na Colômbia, carregada de produtos capixabas com destino à Europa
Airbus 330-220F da colombiana Avianca Cargo chega a Vitória e inaugura rota internacional de cargas. (Vinícius Zagoto) |
O Aeroporto de Vitória iniciou, na terça-feira (8), uma nova operação comercial. A partir de agora, o terminal passa a exportar mercadorias produzidas no Espírito Santo para fora do país pelo espaço aéreo. Serão exportados, semanalmente, materiais perecíveis como mamão e peixes, que antes só saíam do Estado pelo modal rodoviário.
A primeira carga da fruta e de pescado embarcou no Airbus 330-220F da colombiana Avianca Cargo, a maior aeronave a operar em Vitória. A companhia inaugurou, nesta terça, uma nova rota internacional de cargas entre Miami, na Flórida (EUA), e a capital capixaba.
O voo saiu dos EUA e fez uma primeira parada no Aeroporto Internacional de Viracopos (SP). De lá, seguiu para Vitória, deixou uma carga de eletrônicos vindos de Miami na Capital e foi para Bogotá, na Colômbia, carregado de mamão papaya produzido em Linhares e peixes com destino a Madrid, na Espanha.
Em entrevista para A Gazeta, o gerente de aeroportos da Zurich, Bruno Rodrigues Marques Vale, afirmou que a primeira rota de exportação é um marco para a história do Espírito Santo.
“Essa é a primeira rota de exportação, uma novidade para o Aeroporto de Vitória, para o Espírito Santo. Já temos o processo de importação e, agora, o de exportação, com um grande operador, levando esse material para grandes países”, declarou.
Esse é um marco muito importante e, certamente, vai fomentar toda a indústria local a procurar por novas oportunidades, por um processo que é muito mais seguro, rápido, mais eficiente, e temos estrutura para atender a essa demanda
Bruno Rodrigues Marques Vale•Gerente de aeroportos da Zurich
Ainda em conversa com A Gazeta, o diretor destacou que o aeroporto tem capacidade para receber mais companhias aéreas e se consolidar cada vez mais como um hub logístico de exportação e importação no país.
Airbus 330-220F da colombiana Avianca Cargo chega a Vitória e inaugura rota internacional de cargas. (Vinícius Zagoto) |
Negociação de meses
A subsecretária de Estado de Competitividade, Rachel Freixo, afirmou que há meses a pasta vem trabalhado para viabilizar a exportação das mercadorias capixabas pelo espaço aéreo.
“Um dos mapeamentos que foram diagnosticados pelo governo do Estado mostrou uma grande demanda para a exportação de produtos perecíveis, principalmente frutas e pescado, que hoje, por conta da ausência de rotas internacionais, principalmente para o mercado europeu, precisava sair daqui do Estado pelo modal rodoviário para então chegar no Galeão, Rio de Janeiro, e só depois ser exportado”, contextualizou.
“Esse voo, por ser muito robusto, é um 330, já trouxe o produto importado, mas já levou carga para exportação visando a Europa. É uma satisfação ver que um diagnóstico gerou um resultado”, prosseguiu.
A expectativa do governo do Estado é alta em relação à nova rota de exportação. A perspectiva é que cada vez mais produtores de perecíveis enviem suas mercadorias pelo aeroporto rumo à Europa.
“Teremos voos toda semana e, cada vez, com volumes maiores. Vai se criando uma rotina, já que esse voo é semanal. A gente espera que as nossas empresas tenham essa opção e consigam sempre usar essa aeronave”, finalizou a subsecretária
Certificações internacionais
O vice-presidente de Desenvolvimento Corporativo da Avianca Cargo, Diogo Elias, afirmou que a exportação a partir de Vitória será possível graças às certificações internacionais adquiridas pela companhia.
"A mercadoria é supersensível. Por exemplo, esse voo nosso decola às 16h30 de Vitória com essa carga que chegou hoje ao aeroporto em caminhões refrigerados. Ela não pode ficar muito tempo exposta ao sol. E, no avião, a gente tem a certificação IATA (International Air Transport Association) para transportar mercadoria fresh, que é certificação de todo o controle de temperatura e tempo", explicou.
"A gente espera também exportar, por aqui, para os Estados Unidos e outros mercados, mas depende da logística aérea. O voo abre o mercado para os produtores locais acessarem esses mercados com essa frequência semanal e, quem sabe, dependendo da demanda, a gente não consiga fazer mais operações", analisou Diogo Elias.
Fonte: A Gazeta