Nenhum setor chegou neste semestre ao índice mínimo ideal de bem-estar que o estudo exige, porém, algumas áreas avançaram em comparação com os dados do ano passado
Preocupação constante com o trabalho, exaustão e volume de demanda são algumas das situações que estão impactando no bem-estar de muitas áreas, segundo pesquisa do Zenklub (Getty Images/Divulgação) |
Muitos profissionais que atuam no setor de tecnologia podem reclamar da alta demanda e da pressão do trabalho, mas um estudo mostra que essa área é a que oferece o ambiente mais saudável para trabalhar. Esse é um dos recortes da segunda edição da pesquisa “Índice de Bem-Estar Corporativo (IBC) do mercado”, realizado pela Zenklub, startup de terapia online, que mostra como está o bem-estar emocional em 13 setores no 1º semestre de 2023.
O setor de tecnologia, foi o que apresentou o melhor índice de bem-estar chegando no 72,3 - em uma escala de 0 a 100.
Já o segmento de consumo e varejo teve o menor número, com índice de 57,8 - em uma escala de 0 a 100.
“O resultado negativo do setor de bens de consumo e varejo é um sinal de que esta área precisa investir mais na preparação dos líderes e em programas de capacitação com bons modelos de gestão, comunicação não violenta e segurança psicologia,” afirma Rui Brandão, CEO e cofundador do Zenklub.
Ranking IBC referente ao 1º semestre de 2023:
- (Zenklub/Divulgação) |
Ranking IBC referente ao 2º semestre de 2022:
- (Zenklub/Divulgação) |
*setor de aviação ainda não estava incluso no 2º semestre de 2022 com quorum suficiente
Quais áreas melhoram sua posição no ranking de bem-estar?
Quando comparamos o índice geral do 2º semestre de 2022 com o 1º semestre de 2023, nenhum setor chegou ainda ao índice mínimo considerado ideal para um ambiente saudável emocionalmente - a partir de 78 pontos. Mas a pesquisa deste ano mostra que alguns segmentos avançaram.
- Bancos & Finanças avançou de 66,8 (2022) para 72,0 (2023)
- Farmácia subiu de 61,8 (2022) para 68,9 (2023)
Por outro lado, outros segmentos apresentaram um piora no índice:
- Logística caiu de 72 pontos (2022) para 64,4 (2023);
- Imobiliário foi de 67,8 (2022) para 61,2 (2023).
Como a pesquisa avaliou cada setor?
A empresa ouviu mais de 6,4 mil funcionários em quase 300 empresas neste ano para a pesquisa, que contou com o desenvolvimento de times de educação corporativa, medicina e psicologia em parceria com psicometristas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para chegar aos resultados, o IBC avalia nove facetas diferentes.
No caso das situações negativas, quanto maior o resultado, pior é o índice.
- Conflitos e situações abusivas,
- Preocupação constante com o trabalho,
- Desconexão do trabalho,
- Exaustão,
- Volume de demanda,
No caso das situações positivas, quanto menor for o resultado, pior será o índice:
- Autonomia e participação,
- Relacionamento com líder,
- Relacionamento com colegas,
- Clareza das responsabilidades.
“A análise do índice de bem-estar do trabalhador brasileiro tem se mostrado uma ferramenta muito importante para direcionar o cuidado com a saúde mental dos funcionários. Com os números, é possível identificar que temos avanços significativos, apesar de nenhum setor ter chegado ao índice mínimo ideal de bem-estar para um ambiente de trabalho saudável,” afirma Rui Brandão, CEO e cofundador do Zenklub.
Em quais facetas cada setor deve apostar para melhorar o bem-estar?
Ao observar as situações, é possível identificar quais pontos precisam ser trabalhados para que a empresa atue com estratégia - tanto de cuidado e tratamento como de prevenção, afirma Brandão.
Abaixo, os resultados de cada área por faceta:
- (Zenklub/Divulgação) |
“A partir de um diagnóstico claro, é importante que a empresa tenha um plano de ação e entregue ao funcionário, ao RH e às lideranças, ferramentas de educação e desenvolvimento, serviços de saúde mental e bem-estar, capazes de gerar indicadores que mostrem a efetividade do plano. Além disso, é crucial que haja o acompanhamento contínuo do impacto da estratégia,” diz o executivo do Zenklub.
Fonte: Exame