Prefeito de Alto Alegre é considerado foragido da PF em operação que investiga corrupção em Roraima


Pedro Henrique Machado (PSD), de 29 anos, e está no segundo mandato. Polícia Federal também cumpre 14 mandados de busca e apreensão em Boa Vista e em Alto Alegre. Justiça determinou bloqueio de R$ 60 milhões dos investigados.

Prefeito do município de Alto Alegre, Pedro Henrique (PSD). — Foto: Reprodução/Instagram/machado_pedro

Alvo de mandado de prisão pela Justiça Federal, o prefeito do município de Alto Alegre, Pedro Henrique Machado (PSD), de 29 anos, é considerado foragido pela Polícia Federal. Pedro Henrique é investigado em um esquema de fraudes a licitações, pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro em Roraima.

O empresário Handerson Torreia de Lima, também investigado no esquema, também foi preso na operação Leviatã, deflagrada nesta terça-feira (29) pela Polícia Federal.

As investigações da PF indicam que o empresário Handerson, de Boa Vista, dono de uma empreiteira, desviava dinheiro público para o prefeito Pedro Henrique.

A operação da PF foi para cumprir 12 mandados de busca e apreensão em Boa Vista , dois mandados de busca e apreensão em Alto Alegre e dois mandados de prisão preventiva - o contra o prefeito e o contra o empresário, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

As investigações iniciaram com a análise de materiais apreendidos em outra operação da PF, quando foram encontrados diálogos entre o empresário e o político sobre a contratação de uma empresa para serviços de engenharia para a prefeitura de Alto Alegre.

Até às 12h desta terça, a operação havia apreendido R$ 740 mil entre real, dólares e euro, uma pistola, e 26 equipamentos eletrônicos entre celulares, computadores e outros.

Segundo a PF, há indícios de que a organização criminosa tentaria obter propinas em troca do direcionamento de procedimentos licitatórios. Os policiais investigam processos de contratação de serviços relacionados à iluminação pública e a obras de asfaltamento e pavimentação.

Policiais federal durante a operação Leviatã, deflagrada em Roraima. — Foto: PF/Divulgação

Para dissimular os pagamentos das propinas, o grupo investigado envolveria empresas intermediárias, as quais, por meio da simulação de venda de mercadorias, mediante emissão de notas fiscais “frias” e utilização de contas de “laranjas”, faria o dinheiro chegar até o político investigado, sem que a origem do montante fosse identificada.

Os valores dos contratos firmados com as empresas investigadas alcançam aproximadamente R$ 60 milhões.

As investigações apontam ainda que outros indivíduos teriam sido cooptados para a organização, que passaria a contar com a integração de empresários, servidores públicos, empresas e “empresas de fachada”.


Operação Leviatã

O nome da operação faz referência à obra de Thomas Hobbes, em que é idealizada a figura do Soberano, o qual teria poderes absolutos, acima das leis e sem limites para suas ações, desde que agisse no cumprimento de sua parte no contrato: garantir a vida, a prosperidade e a paz.

Operação investiga grupo suspeito de fraudar licitações e cometer lavagem de dinheiro em Roraima. — Foto: PF/Divulgação

Pedro Henrique Machado tem 29 anos e está no segundo mandato. Ele foi reeleito com 45,68% dos votos em 2020 - foram 3.928 votos no total. Em 2021, ele teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por suspeita de trocar de cestas básicas em votos.

Fonte: g1 RR


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