Amanda Vettorazzo e Arthur Scarance mentiram se apresentando como membros da TV PUC e tentaram provocar alunos, mas foram expulsos da universidade
Membros do MBL são expulsos da PUC-SP por estudantes.Créditos: Reprodução
A exemplo do que aconteceu em julho na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo político de extrema direita, voltaram a invadir uma instituição de ensino superior com o intuito de provocar estudantes e criar conteúdo para a internet.
Desta vez, o alvo foi a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), na capital paulista. Amanda Vettorazzo e Arthur Scarance, ambos coordenadores do MBL, invadiram o campus Perdizes da instituição, acompanhados de um cinegrafista, e mentiram, se identificando como membros da TV PUC, para simular entrevistas com perguntas enviesadas que, posteriormente, seriam utilizadas para constranger alunas e alunos.
Em nota conjunta, o Movimento Estudantil da PUC-SP relatou que os membros do MBL gravaram os estudantes "fazendo perguntas capciosas como 'o que você acha do aborto?' ou 'o que você acha da liberação da maconha?' e reagindo de forma vexatória, envergonhando os jovens".
Os estudantes dizem que, ao perceberem o que estava acontecendo e se darem conta de que Amanda e Arthur são membros do MBL, tentaram convencê-los a deixar a universidade, ao que os dois teriam regido com gritos e xingamentos, alegando que estavam exercendo o direito de "liberdade de expressão".
Integrantes do Movimento Estudantil, então, passaram a gritar "recua, fascista, recua" e expulsaram os dois membros do MBL da PUC-SP.
Estudantes expulsam membros do MBL da PUC-SP (Reprodução)
MBL alega agressão
Após serem expulsos da PUC-SP, Amanda Vettorazzo e Arthur Scarance, do MBL, alegaram que foram agredidos pelos estudantes, mas até o momento da publicação desta matéria não havia nenhuma imagem divulgada que comprovasse a agressão.
"RECUA, FASCISTA"
— BRI - Brasil Independente 📰🇧🇷 (@obrindependente) August 3, 2023
Integrantes do MBL foram expulsos da PUC-SP, campus Perdizes, após confusão com estudantes da universidade paulista, nesta quinta-feira (03).
Estudantes denunciam que membros do MBL se passaram por uma equipe da TV PUC para constranger alunos e alunas. pic.twitter.com/q1KDG6k2We
Nota do Movimento Estudantil da PUC-SP
"AGRESSORES DE ESTUDANTES E DE FUNCIONÁRIOS NÃO SÃO BEM-VINDOS NA PUC-SP!
Nota conjunta do Movimento Estudantil da PUC-SP em defesa da democracia universitária e do respeito aos alunos e ao corpo de trabalhadores da instituição.Hoje, 03/08, os estudantes da PUC-SP foram surpreendidos com a presença de dois coordenadores do Movimento Brasil Livre no campus de Perdizes, gravando estudantes se identificando como membros da TV PUC. Enganando os estudantes, os dois membros do MBL os gravavam fazendo perguntas capciosas como “o que você acha do aborto?” ou “o que você acha da liberação da maconha?” e reagindo de forma vexatória, envergonhando os jovens. Com o objetivo de interromper a violação ao direito de imagem dos estudantes que estavam sendo expostos, além de defender a história democrática e de resistência da PUC-SP, militantes do Movimento Estudantil Puquiano, especificamente da Juventude Socialista do PDT, do Movimento por uma Universidade Popular e União da Juventude Comunista, conversaram com os integrantes do MBL para que saíssem do campus. Imediatamente, os coordenadores do MBL reagiram aos gritos, alegando que seu direito à “liberdade de expressão” estava sendo violado.De forma extremamente violenta, os dois integrantes do movimento de direita xingavam os estudantes de “fascistas de vermelho” e “esquerdalha”.Durante toda a movimentação, diversos estudantes se juntaram ao coro de “recua fascista”, com o objetivo de que eles saíssem do espaço da universidade. Essa ação demonstra uma estratégia coordenada do MBL de entrar em universidades e gravar estudantes sem autorização, expondo-os nas redes sociais e submetendo-os ao ridículo. Além disso, há notícia de que esse mesmo grupo entrou em outras universidades do país e depredou centros acadêmicos.Após longas tentativas de fazer com que os dois membros saíssem do campus, representantes da reitoria intervieram e os retiraram, para que parassem de incomodar e expor a comunidade puquiana. Na tentativa de desvirtuar completamente o que ocorreu, os membros do MBL estão postando que foram agredidos e expulsos. Entretanto, é preciso reforçar que o que ocorreu foi uma reação legítima dos estudantes contra a violação dos seus direitos. O Movimento Estudantil expressa total repúdio às investidas autoritárias do MBL, tendo em vista que seus representantes, ao entrarem em nossa casa, feriram a tradição democrática da nossa universidade.O Centro Acadêmico 22 de Agosto e o Movimento por uma Universidade Popular, os quais tiveram seus membros expostos nas redes sociais, declaram que entrarão com as medidas judiciais cabíveis pela exposição indevida de sua imagem.Que fique o recado que fascistas não entrarão em nossa universidade e as lideranças estudantis estarão sempre ativas e alertas para garantir os direitos e a proteção dos estudantes. Não se cala a consciência de um povo!Assinam essa nota: 1. Centro Acadêmico 22 de Agosto 2. Juventude Socialista do PDT 3. Movimento por uma Universidade Popular 4. União da Juventude Comunista 5. CAPSI 6. DPPC - Frente organizada de bolsista da PUC-SP 7. Centro Acadêmico de Relações Internacionais 8. Benê 9. Reconvexo 10. TOCA - Núcleo Petista da PUC 11. Centro Acadêmico de Ciências Sociais 12. Centro Acadêmico de Serviço Social 13. Afronte! 14. Juntos 15. Ecoar 16. Centro Acadêmico de Filosofia 17. Coletivo Alvorecer 18. APG PUC-SP"
Fonte: Revista Fórum