Na semana passada, a Justiça expediu um novo mandado de prisão preventiva contra Thafny da Silva Fernandes, pela morte de Carlos Eduardo Rebouças Barros
Foto: Divulgação/ Prefeitura de Vitória/ Diego Alves |
O cabo da Polícia Militar Thafny da Silva Fernandes, acusado de matar o adolescente Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, em março deste ano, em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo, voltou para a prisão cerca de dois meses após ser solto.
Na quarta-feira (13), a Vara Única de Pedro Canário havia expedido um novo mandado de prisão preventiva contra o policial. Com isso, ele deveria voltar a ficar preso no Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar, em Maruípe, Vitória.
De acordo com o advogado Márcio Bezerra, responsável pela defesa de Thafny, o militar se apresentou ao seu comandante assim que tomou conhecimento da decisão judicial. O cabo da PM estava solto desde julho, quando a Justiça revogou sua prisão preventiva.
Em nota, a Polícia Militar do Espírito Santo confirmou a prisão do policial militar. A corporação disse que ele se apresentou de forma espontânea ao comandante e, em seguida dirigiu-se à Delegacia de Pedro Canário, acompanhado de um oficial superior.
Por meio de nota, Márcio Bezerra disse que a Associação de Cabos e Soldados (ACS) "adotará os meios próprios para restaurar a liberdade do policial militar".
Disse ainda que "a defesa respeita a decisão do juízo de Pedro Canário, mas entende que não estão presentes os requisitos que autorizam a cautelar extrema de prisão".
Adolescente foi morto por PM; vídeo flagrou ação
Carlos Eduardo Rebouças Barros foi morto no dia 1º de março deste ano, durante uma ação policial em Pedro Canário.
Na época, o comandante da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, explicou que os policiais foram acionados após receberam informações de que dois indivíduos conhecidos pela prática do tráfico de drogas e homicídios estariam na região.
A ação da PM foi registrada por uma câmera de videomonitoramento. Nas imagens, o adolescente aparece algemado, rendido por um policial armado.
Em seguida, ele é baleado. O adolescente não resistiu aos ferimentos e morreu.
PMs envolvidos na ação foram denunciados à Justiça
Em junho, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou os policiais militares investigados pela morte do adolescente por falsificação do boletim de ocorrência.
Segundo o MPES, os militares também foram denunciados por fraude processual, por inobservância de lei (crime militar) e por abuso de autoridade.
Além de Thafny, outros quatro policiais militares respondem pelo crime. Eles conseguiram o alvará de soltura em maio e seguem em liberdade.
Veja quem são os policiais envolvidas na ação
— Thafny Da Silva Fernandes: é cabo e começou na Polícia Militar em junho de 2013. Em nove anos na corporação, requereu 13 licenças médicas, totalizando 182 dias. A mais extensa foi de abril a junho de 2019, totalizando 84 dias.
— Leonardo Jordão da Silva: é cabo e iniciou na Polícia Militar em abril de 2011. Até o momento, ele já tirou 16 licenças médicas, num total de 746 dias de licença remunerada. A mais extensa foi uma licença médica em 2021 que durou 108 dias.
— Samuel Barbosa da Silva Souza: é soldado e entrou na PM em novembro de 2014. Ele já requereu seis licenças médicas, totalizando 21 dias.
— Tallisson Santos Teixeira: é soldado e iniciou na PM em março de 2014. Totalizou sete licenças com 38 dias de licença remunerada.
— Wanderson Gonçalves Coutinho: é soldado e entrou na Polícia Militar em março de 2014. Nunca tirou licença remunerada.
Fonte: Folha Vitória