Menino de 8 anos é atropelado por empilhadeira em mercado e está internado

Médicos tiveram de amputar três dedos do pé da criança, e a família registrou um boletim de ocorrência contra o estabelecimento.


Um menino de 8 anos está internado desde 2 de setembro, depois de ser atropelado por uma empilhadeira dentro de um supermercado na Zona Oeste da capital paulista.

Os médicos tiveram de amputar três dedos do pé da criança, e a família registrou um boletim de ocorrência contra o estabelecimento.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo informou que a delegacia responsável pelo bairro está investigando o caso.

O Supermercado Assaí informou que, no momento do acidente, acionou o Samu "pelo qual a família optou por não esperar". Disse também que a empresa está à disposição da família (leia mais abaixo).

Henrique está internado há 15 dias, desde que sofreu um acidente dentro do supermercado Assaí do Jaguaré, na Zona Oeste da capital.

Como parte do processo de recuperação, ele tem passado por sessões de fisioterapia.

Segundo o publicitário Felipe Di Mônaco, pai de Henrique, “o pé ficou extremamente ferido, com necroses, tentativas de acelerar a cicatrização, reverter necroses e evitar infecções, porque tem feridas expostas…”

Há duas semanas, os pais e os dois filhos, de 5 e 8 anos, foram ao supermercado, perto do horário de fechamento, por volta das 21h30. O pai estava na fila do caixa, com as compras. E a mãe, em um dos corredores, com as crianças, quando uma empilhadeira atingiu o Henrique.

A fisioterapeuta Priscila Bassan Di Mônaco, mãe do menino, conta que as crianças estavam brincando no corredor à sua frente.

“Eu estava vendo, eles não estavam fazendo nada de mais. De repente, passou, na horizontal, uma empilhadeira que pegou meu filho. Eu só escutei o barulho porque foi muito rápido. Saí correndo e vi meu filho no chão. Olhei rápido e, quando vi os pezinhos dele, os dedinhos estavam caídos, assim, soltos. Eu só tive o ímpeto e pedi uma camiseta, um pano, alguma coisa. Um rapaz virou para mim e disse: ‘Olha, agora você precisa ficar calma. Ele tirou a camiseta, e eu embrulhei meu filho e saí correndo, tipo voando”.

Ela segue: “Aí apareceu uma cadeira de rodas. Porque não tinha ninguém nos assessorando, estava todo mundo em bolo, mas ninguém fazia nada. Eu peguei minha filha, e em 20 minutos, chegamos ao Hospital Santa Catarina. Em uma hora, meu filho estava no centro cirúrgico para não perder o pé. Então a gente estava num estado ainda bem delicado, uma lesão gravíssima.”

O casal disse que o local estava cheio de clientes.

No sábado (16), a equipe da TV Globo voltou ao supermercado e viu pelo menos duas empilhadeiras funcionando, com corredores fechados. Os equipamentos emitiam sinais sonoros durante os movimentos. Vimos também que tem câmera de segurança em cada corredor. Segundo a família, o supermercado entrou em contato de forma protocolar e, até o momento, segundo eles, não ofereceu nenhum tipo de apoio.

Segundo o pai, “nós estávamos no Santa Catarina e por volta da meia-noite entrou um WhatsAp. Quando nós saímos correndo de carro [domercado], uma pessoa me pediu meu telefone, e eu dei. Então provavelmente essa pessoa passou para alguém, que se intitulou subgerente. Eu falei que estava no Hospital Santa Catarina em cirurgia. Nada mais ocorreu e, na terça-feira, eu recebi um contato pelo SAC, aquela coisa pró-forma".

"Encaminhei, pedi que falasse com meu advogado diretamente e não tenho muitos detalhes, mas não houve proatividade por parte da loja em relação a algum contato. Não está havendo colaboração no sentido de cessão de informações prontamente, muito menos alguma pergunta, um oferecimento sobre questões financeiras, apoio financeiro, nada disso”, afirma.

“No dia, essa empilhadeira estava cruzando pela loja, não sei se indo para o estoque, mas ele estava cruzando o corredor central da loja. Nos corredores paralelos, onde havia pessoas, inclusive crianças, nenhum deles tinha delimitação que é o mínimo que se espera quando existe uma empilhadeira desse porte trafegando.”

A mãe conta como está sendo difícil explicar pro filho o que ocorreu. “Eu acho que essa foi a conversa mais difícil que a gente teve na vida. Nesses últimos dias, [explicamos]: ‘Filho, o sanguinho tem que chegar até seu pezinho, até seus dedinhos do pé, que provavelmente pode ser que não tenha, e a gente começa uma vida de forma diferente. Ele chorou muito: ‘Não, mamãe, só quebrou o pé.”

“Está sendo muito difícil para nós falar que ele pode perder o dedo do pé, ou todos os dedos do pé ou pode ter que viver com uma prótese. Meu filho vai ser feliz, a gente sabe, mas acho que nenhuma mão e nenhum pai gostaria de passar pelo que a gente está passando hoje.”

“É complexo, uma situação ali que é vitalícia. Poderia ter sido mais grave, ter perdido a perna, poderia ter morrido, poderia ter pego minha filha junto.”

O que diz o Assaí

"No momento do triste acidente ocorrido na loja de Jaguaré, o time da loja acionou imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, pelo qual a família optou por não esperar. Desde então, a companhia vem tentando fazer contato de maneira recorrente para prestar todo o auxílio e apoio necessário. A empresa informa que permanece à disposição da família."

Fonte: G1

Postagem Anterior Próxima Postagem