'Eu devo a você a minha vida', diz namorada de brasileiro que morreu após ataque em Israel


Ranani Glazer e Rafaela Treistman estavam numa festa de música eletrônica que foi atacada no sábado (7) pelo Hamas. Ele teve a morte confirmada pelo Itamaraty nesta terça (10).


Rafaela Treistman namorada de Ranani Nidejelski Glazer, brasileiro que morreu após ataque do grupo extremista Hamas, lamentou a morte do jovem de 23 anos. Em uma rede social, ela publicou montagens com fotos de momentos vividos pelo casal. Rafaela estava com Ranani e um amigo do casal em uma festa de música eletrônica que foi atacada no sábado (07) pelo grupo extremista Hamas.

"Meu anjo, eu te agradeço tanto pelo carinho, por me fazer sentir feliz, por cuidar de mim, por me proteger. Até quando estávamos prestes a morrer você não falhou em me acolher, em me acalmar. Eu devo a você a minha vida, você salvou a minha. Se tem um herói nessa história toda, esse herói é você, meu amor", escreveu Rafaela.

Ranani prestou serviço militar em Israel. Ele vivia em Tel Aviv com amigos e trabalhava como entregador. De acordo com a namorada, ele tinha o sonho de se tornar um DJ no Brasil.

"Sei que você ainda tinha muitos sonhos que queria realizar, e eu te juro que estaria com você em cada um deles. Você queria ser um DJ famoso no Brasil, queria que suas músicas fossem conhecidas. Até escrevemos uma música nós dois", relembrou Rafaela.

Em entrevista ao Fantástico, a namorada de Ranani contou que eles conseguiram se abrigar em um bunker após o ataque à rave, mas o local foi invadido por extremistas, que atiraram contra o grupo.

"Eu lembro do Ranani me falando para eu não olhar, porque tinham pessoas mortas em cima da gente e que estávamos usando o corpo delas para não tomarmos tiros", conta Rafaela.

O pai de Ranani mora em Israel, e a mãe em Porto Alegre. Ele estudou no Colégio Israelita, que fica na cidade gaúcha. O jovem completaria 24 anos na próxima sexta-feira (13), segundo uma tia.


Como Ranani desapareceu

O brasileiro Rafael Zimerman contou que estava na rave ao ar livre com Ranani e Rafaela quando a invasão começou e eles conseguiram se refugiar em um bunker, mas o local foi invadido. A situação ficou tão desesperadora, que Rafael teve que se fingir de morto para continuar vivo.

"Eu lembro do Ranani me falando para eu não olhar, porque tinham pessoas mortas em cima da gente e que estávamos usando o corpo delas para não tomarmos tiros", conta Rafaela.

Ele não sabe em que momento o amigo se perdeu. Rafael e Rafaela conseguiram escapar. Eles ficaram no bunker por cerca de 3 horas até que o local foi bombardeado, segundo Rafaela. Após, ela e o amigo saíram do abrigo e fugiram. Dentro, eles conseguiram ver que havia pessoas junto ao chão. Ranani não saiu com eles, e eles só perceberam depois. A dupla procurou a polícia, que orientou os dois a irem até um hospital.

A família de Bruna Valeanu, outra brasileira que estava desaparecida em Israel desde sábado, confirmou a morte da jovem no fim da manhã desta terça. Karla Stelzer Mendes segue desaparecida. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as duas participavam do festival de música - mesmo local em que Ranani havia desaparecido.


Da Redação/ Com informações do g1 RS




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