A importância do projeto de humanização da Secretaria da Justiça ultrapassa a ideia de desmistificar o presídio como lugar negativo
Pintura, agricultura e serviços gerais. Essas são algumas das atividades desenvolvidas no "Recanto Humanizado", um sítio localizado na Penitenciária de Linhares, no Norte do Espírito Santo. Lá, os internos têm a oportunidade de estudar, trabalhar e, a partir do aprendizado, seguir com uma nova vida futuramente.
Um dos beneficiados é o interno Clébio Antônio de Souza, que está na penitenciária cumprindo pena por crime de homicídio. No Recanto, ele é responsável pelas aves e pela chocadeira de ovos. "Esse é um lugar que a gente tira da nossa mente aquela coisa de presídio. Isso enche a gente de felicidade e nos incentiva a prosseguir no caminho certo", avaliou em entrevista ao repórter Tiago Félix, da TV Gazeta.
O local em que hoje é o "Recanto Humanizado", anteriormente era uma área de depósito de entulho da penitenciária. Aos poucos, os internos foram construindo hortas e acabou virando o sítio, que também é local de visitação para os familiares. Veja os detalhes no vídeo abaixo:
A importância do "Recanto Humanizado" ultrapassa a ideia de desmistificar o presídio como um lugar negativo: os internos descobrem habilidades que nem sabiam que tinham. É o caso de Odair da Silva, que antes de ser preso era DJ, e hoje virou locutor da rádio da Penitenciária de Linhares. "Eu não sabia que tinha esse dom. Agora faço aquilo que gosto de fazer e também ajudo meus companheiros a passar o tempo porque música é vida e entretenimento é tudo para a gente aqui", contou.
Outro exemplo é do interno Pablo Eduardo Rezende, que chegou ao presídio baleado, passou por nove cirurgias, e descobriu o dom de pintar. "Hoje sou pintor, faço trabalhos filantrópicos em escolas, pinto creches e até mesmo hospitais. Sigo minha caminhada, pronto para sair daqui uma nova pessoa", desabafou.
As mesas e os bonecos de jardim que enfeitam o sítio e a penitenciária também são feitos pelos internos. Todos eles derivam de embalagens de marmitas que, ao invés de irem para o lixo, são trituradas e reaproveitadas.
É também por meio da sala de aula que os quase 700 internos da Penitenciária de Linhares enxergam uma perspectiva de futuro. A prova disso é o interno Felipe Augusto Ferreira-, que concluiu os estudos. "Hoje consigo enxergar uma mudança, uma melhoria para a minha vida e para a minha família", finalizou.
Fonte: A Gazeta