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Pesquisadores da Unicamp trabalham nas amostras coletadas em festas. — Foto: Reprodução/Profissão Repórter |
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão fazendo testes para identificar as substâncias que são consumidas em festas, festivais e shows. Eles já descobriram que que uma delas pode causar necrose nas extremidades do corpo, como nariz, dedos e pés.
A reportagem mostrou quais são as drogas mais utilizadas na atualidade e os impactos que elas provocam na saúde da população.
Na última pesquisa, realizada entre 2018 e 2020, 70% das amostras identificaram substâncias diferentes das declaradas pelos usuários, incluindo um vermífugo utilizado para diluir a cocaína.
“A gente tem percebido que existe uma discordância entre o que o usuário consome e o que a gente encontra nas amostras biológicas. Isso é um fator de risco, pois se ela for mais potente ele tem o risco de ter uma overdose e feitos indesejados”, afirmou o pesquisador Rafael Lanaro.
O repórter Chico Bahia e o repórter cinematográfico Fernando Grolla acompanharam a coleta e conversaram com as pessoas que participaram do teste.
Trabalho com voluntários
"Eu tomei uma bala [nome utilizado para designar MDMA] faz 1h30. Ainda é uma coisa muito nova no Brasil, não se fala muito sobre isso, de ter esse controle de qualidade da substância que estamos ingerindo”, afirmou um dos voluntários da pesquisa.
A pesquisadora Aline Franco Martin explica que é feita uma coleta por saliva de quem fez o uso de alguma substância nos eventos. A participação é de maneira voluntária, gratuita e garante o anonimato dos participantes.
“No Brasil, a gente não sabe a procedência dos tipos de drogas, principalmente alucinógenos, que a gente sabe que há muita alteração dentro da química em que ele é produzido”, diz uma usuária que também consumiu MDMA.
“Por mais que seja uma droga que não seja legalizada, eu não quero consumir uma coisa que eu não imagino o que seja”, conta outro voluntário.
As amostras de saliva colhidas na festa são levadas ao laboratório da Unicamp. Os pesquisadores comparam as substâncias identificadas com o que haviam sido declarado. O resultado é compartilhado com os usuários por meio de um link anônimo.
Fonte: G1