Transplantes capilares: saiba quanto custa, quem pode fazer e quais são os reais resultados contra a calvície


Atualmente, duas técnicas são mais comuns: a FUE e a FUT. Veja a diferença entre elas.


A calvície é uma preocupação para diversas pessoas. Como os tratamentos medicamentosos não fazem crescer todo aquele cabelo já perdido, muitos optam pelo transplante capilar.

Uma escolha eficaz, mas também cara. No Brasil, os preços podem facilmente ultrapassar os R$ 30 mil, e o procedimento não é coberto pelo SUS.

Atualmente, existem duas técnicas principais de transplante capilar: FUT e FUE.
  • A FUT envolve a remoção de uma faixa de couro cabeludo do paciente, de onde os fios são retirados e implantados na área calva.
  • A FUE, por sua vez, remove os folículos capilares individualmente da parte de trás da cabeça e os implanta na área calva.
A escolha da técnica depende de uma avaliação criteriosa realizada por um profissional especializado. Ambos os procedimentos, porém, podem proporcionar resultados satisfatórios, mas é importante manter expectativas realistas.

Além disso, a eficácia do transplante capilar varia de acordo com a gravidade da calvície, e em casos de perda de cabelo contínua, a manutenção dos resultados pode ser necessária. Entenda mais abaixo.
  1. Quem é considerado um candidato adequado para o procedimento?
  2. Como são as duas principiais técnicas?
  3. Como escolher a técnica ideal?
  4. Transplante é viável para todos os graus de calvície?
  5. Como é feito o transplante capilar e qual é a duração?
  6. Como é a recuperação após a cirurgia?
  7. Existem possíveis complicações ou efeitos colaterais?
  8. Em quanto tempo os resultados aparecem?

1. Quem é considerado um candidato adequado para o procedimento?

Para se qualificar para um transplante capilar, os pacientes devem atender a critérios específicos. Inicialmente, é fundamental que um especialista em restauração capilar avalie sua saúde geral. Além disso, é necessário verificar se a área doadora (o local onde se retiram os fios, geralmente a parte de trás da cabeça) possui folículos em quantidade e qualidade suficientes para fornecer enxertos à área receptora.

Os candidatos ideais para o procedimento são homens e mulheres com perdas capilares significativas que afetam sua aparência e autoestima, podendo ser devido a causas como calvície (alopecia androgenética), inflamação ou condições autoimunes.

Além disso, é importante que essas perdas capilares estejam estabilizadas após tratamento clínico prévio. Idealmente, um especialista em transplante capilar avaliará esses critérios para determinar a elegibilidade do paciente para o procedimento.

"Essa avaliação não apenas verifica a condição geral de saúde do paciente, mas também serve para analisarmos se a área doadora tem quantidade e qualidade de folículos adequados para fornecer enxertos para a área receptora." — Henrique Radwanski, presidente da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC).


2. Como são as duas principiais técnicas?

Existem duas principais técnicas de transplante capilar: a FUE (Extração de Unidade Folicular) e a FUT (Transplante de Unidade Folicular).

A FUE é uma abordagem moderna, microcirúrgica, na qual os folículos capilares são extraídos um a um usando pequenos instrumentos cirúrgicos. Essa técnica oferece várias vantagens, como:
  • uma aparência mais natural;
  • cicatrizes imperceptíveis;
  • maior quantidade de enxertos;
  • recuperação pós-operatória menos dolorosa e suave.
Como são feitos os transplantes capilares — Foto: Luisa Rivas/Arte g1

Por outro lado, a FUT é uma técnica mais antiga que envolve a remoção de uma faixa de tecido do couro cabeludo, deixando uma cicatriz linear perceptível na maioria dos pacientes.
  • Ela é limitada em termos de quantidade de enxertos;
  • Além disso, é conhecida por ser dolorosa e causar desconforto no pós-operatório devido à lesão tecidual.
"Em síntese, o FUE é um procedimento refinado, delicado e extremante tecnológico, ao passo em que o FUT se utiliza de técnicas dolorosas e ultrapassadas de corte cirúrgico, com limitações quantitativas", diz Thiago Bianco, especialista em transplante capilar.

Outras técnicas, como de redução de testa, perderam espaço nos consultórios nos últimos anos.

A eficácia do transplante capilar varia de acordo com a gravidade da calvície, e em casos de perda de cabelo contínua, a manutenção dos resultados pode ser necessária. — Foto: Freepik


3. Como escolher a técnica ideal?

A decisão entre a técnica FUE e FUT para um transplante capilar depende das necessidades individuais de cada paciente. Ambas as abordagens podem fornecer resultados eficazes quando realizadas por especialistas com planejamento adequado. Portanto, durante a consulta médica, é fundamental discutir os seguintes pontos com o médico responsável:

Área Doadora: Avaliar a quantidade e qualidade dos folículos capilares disponíveis na área doadora, que pode variar entre pacientes.

Cicatrização: Considerar o tipo de cicatriz que cada técnica deixa na área doadora e qual é mais aceitável para o paciente em termos de estética.

Tempo de Recuperação: Compreender o tempo necessário para a recuperação completa após o procedimento e quais restrições ou cuidados são necessários.

Tipo de Cabelo: Levar em conta o tipo e textura do cabelo do paciente, pois isso pode influenciar a escolha da técnica mais adequada.

"A FUT tem a vantagem de ser uma cirurgia mais rápida, permitindo a extração de um maior número de folículos capilares por hora, enquanto a FUE é uma cirurgia mais demorada e artesanal, que eu pessoalmente prefiro", destaca Luciana Passoni, médica especialista em cabelos e transplante capilar e CEO da Passoni Clinic.


4. Transplante é viável para todos os graus de calvície?

Sim, o transplante capilar pode beneficiar pacientes com calvície avançada, mas é fundamental ter expectativas realistas.

Cada caso é único, e a eficácia do procedimento depende da extensão da calvície. Pacientes mais jovens devem considerar a progressão da calvície ao longo do tempo. Em casos extremos de calvície, pode ser difícil obter uma linha capilar densa. A decisão sobre a adequação do transplante capilar depende de uma avaliação individual.

Tanto Radwanski quanto Bianco concordam que a extensão da calvície e a capacidade de doação do paciente são fatores cruciais na decisão de realizar um transplante capilar. O procedimento pode ser benéfico para pacientes com calvície avançada, mas é importante considerar a expectativa realista de resultados e o potencial para atingir uma linha capilar densa. Portanto, a avaliação individual é essencial para determinar a melhor abordagem.

O transplante capilar pode beneficiar pacientes com calvície avançada, mas é fundamental ter expectativas realistas. — Foto: Freepik


5. Como é feito o transplante capilar e qual é a duração?

Idealmente, o procedimento de transplante capilar é realizado em um ambiente cirúrgico com uma equipe qualificada, incluindo enfermeiros, anestesiologistas e um cirurgião plástico ou dermatologista como responsável técnico para garantir a segurança do paciente.

A anestesia pode ser local simples ou combinada com sedação para maior conforto do paciente durante o procedimento. Em seguida, a área doadora é preparada para a retirada dos folículos de acordo com a técnica escolhida (FUT ou FUE), e os folículos são implantados na área receptora conforme o planejamento.

Depois que todos os folículos são transplantados, a área é limpa e o cirurgião verifica se os enxertos estão bem-posicionados.

Passoni explica que a duração do procedimento pode variar amplamente, podendo levar desde 8 horas até 16 horas, dependendo de fatores como o método de extração dos folículos doadores e o sangramento do paciente. O importante é que o procedimento seja realizado em ambiente adequado, com equipe e equipamentos de suporte, garantindo a segurança do paciente em primeiro lugar.


6. Como é a recuperação após a cirurgia?

A recuperação após a cirurgia de transplante capilar varia dependendo da técnica usada. Na FUE, os pacientes geralmente podem retomar suas atividades normais no dia seguinte, enquanto na FUT, é aconselhável esperar cerca de quatro a cinco dias devido ao corte e à remoção dos pontos.

Quanto aos cuidados gerais após o procedimento, é recomendável evitar esforços físicos intensos e exposição solar na área transplantada por pelo menos uma a duas semanas. Além disso, é importante evitar atrito na área operada, seguir as consultas de acompanhamento médico, tomar os medicamentos prescritos e interromper o consumo de álcool e tabaco.


7. Existem possíveis complicações ou efeitos colaterais?

O transplante capilar, quando realizado por um profissional qualificado e com o devido cuidado, geralmente tem riscos mínimos de complicações, como infecções ou perda dos enxertos.

Durante o pós-operatório, é comum ocorrerem efeitos temporários, como dor e inchaço na área transplantada. No entanto, esses efeitos são normais e tendem a desaparecer conforme o paciente segue as orientações de cuidados recomendadas.


8. Em quanto tempo os resultados aparecem?

Os resultados de um transplante capilar bem-sucedido geralmente seguem um processo específico. Nos primeiros 30 dias após a cirurgia, é esperado um crescimento inicial dos folículos capilares. Em seguida, cerca de 40 dias após o procedimento, ocorre uma fase em que os cabelos transplantados caem, o que é parte do processo natural de recuperação dos folículos.

Após essas etapas iniciais, o crescimento capilar real começa por volta dos 3 meses após o procedimento. Nesse ponto, aproximadamente 50% do volume capilar é recuperado. Aos 6 meses, espera-se que o paciente tenha cerca de metade do volume total, e o crescimento completo é alcançado após aproximadamente 12 meses após a cirurgia.

Portanto, os resultados finais de um transplante capilar bem-sucedido podem ser observados após cerca de um ano do procedimento, embora haja variações de paciente para paciente. É importante entender que os cabelos podem cair temporariamente após o transplante, mas isso faz parte do ciclo natural de crescimento e recuperação dos folículos capilares.


Fonte: g1 




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