Calor: 2023 deve ser o ano mais quente desde 1960, diz Inmet


Com a média da temperatura do ar e do oceano batendo sucessivos recordes mensais desde julho, os principais centros mundiais de monitoramento do Clima global apontam que é “praticamente certo” que 2023 será o mais quente já registrado no planeta Terra, desde a era pré-industrial.

A contabilidade da temperatura global é uma média de todas as regiões oceânicas e continentais do planeta. Algumas podem não ter esquentado muito, outras podem ter esfriado e, já outras, podem ter sofrido variação de temperatura dentro do normal.

Para explicar como tem sido o comportamento da temperatura no Brasil diante do aquecimento global que se tem observado, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) fez uma análise meteorológica específica para o país.

Os cálculos revelaram que o Brasil ficou mais quente em julho, agosto, setembro e outubro, acompanhando os sucessivos recordes de temperatura global. No país, segundo o instituto, muito provavelmente o ano de 2023 será o mais quente desde a década de 1960.

Como foi feita a análise meteorológica?

O Inmet comparou as temperaturas médias das estações meteorológicas espalhadas por todo o país com a climatologia de referência do período de 30 anos, de 1991 a 2020.

O estudo mostrou que as temperaturas ficaram acima da média histórica nos meses de julho, agosto, setembro e outubro.

O mês de setembro foi o que teve maior desvio positivo em relação à média de referência. A diferença entre a temperatura média observada em setembro e a média histórica foi de 1,6°C acima do normal.

A média histórica é o valor de referência calculado para um período de 30 anos, e atualmente, este período é de 1991 a 2020.

O que explica tanto calor?

O Brasil ficou mais quente nos últimos meses devido a uma combinação de fatores. Desde o fim do outono, o país também vem sentido os reflexos do fenômeno El Niño, que é o aquecimento acima do normal da porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial.

O El Niño favorece um aumento da temperatura em várias regiões do planeta. No Brasil, os maiores impactos que estão sendo observados é o excesso de chuva na Região Sul e a seca recorde na Amazônia.

Mas o aquecimento da grande massa de água do Pacífico Equatorial, na costa do Peru, passa para a atmosfera e altera a circulação dos ventos e a pressão do ar em vários níveis de altitude. Isto causa mudanças no padrão de temperatura e da chuva sobre a América do Sul.

Desde o inverno, essa alteração da circulação dos ventos tem dificultado a mistura do ar frio polar com ar quente tropical, que predomina sobre o Brasil, o que contribui para o aumento da temperatura no país.

Tem chovido muito no Sul e por lá a temperatura não tem tido extremos como nas outras regiões. Mas nas outras regiões, a chuva da primavera vem sendo muito irregular e a chuva é um importante regulador da temperatura.

Com menos nebulosidade, menos chuva, menos ar polar, o sol tem ficado forte por mais tempo, esquentando o ar.

Além do El Niño e do aquecimento natural que ocorre sobre o Brasil e a América do Sul durante a primavera, com o movimento da Terra ao redor do Sol, nunca se viu o oceano e atmosfera tão quentes como em 2023.

Com informações da Climatempo.


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