Ele era considerado um excelente profissional e sabia cativar muito bem os clientes. Veja como suspeito teria conseguido desviar o dinheiro da loja.
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Complexo de Delegacias da Polícia Civil em Augustinópolis — Foto: Divulgação |
O gerente de uma rede de supermercados foi preso pela Polícia Civil suspeito de desviar R$ 468.370,65 dos caixas. Segundo a investigação, foram 192 atos de desvio praticados por ele entre 2022 e 2023. O delegado Jacson Wutke, que investigou o caso, contou que ele era considerado um excelente profissional e sabia cativar muito bem os clientes, de modo que estava quase acima de suspeitas.
O suspeito, de 54 anos, foi preso depois que fugiu para Arapiraca (AL). O nome dele não foi divulgado, e por isso o g1 não conseguiu contato com a defesa.
Veja baixo o que se sabe sobre o caso e como o golpe foi descoberto:
O esquema
O suspeito investigado era gerente em uma rede de supermercados com várias lojas em cidades da região do Bico do Papagaio. Ele gerenciava a maior loja do grupo em Augustinópolis.
A investigação apontou que os desvios eram feitos no momento da sangria dos caixas, que ocorre quando se atinge certa quantia de dinheiro no mesmo caixa ou quando há troca de atendente.
Ele seria o responsável por recolher os envelopes dos caixas e no final do dia repassava para a tesouraria.
"Os proprietários tinham uma grande confiança e pararam de fazer a conferência entre os fechamentos do caixa e o que ele entregava na tesouraria. Às vezes tirava um envelope por dia", explicou o delegado.
Funcionário de confiança
A confiança que os patrões tinham no gerente era tanta que a loja dele foi a última a passar por auditoria, quando começaram a suspeitar de desvios.
"Os empregadores perceberam que estava tendo menos lucro do que o projetado e foram fazer uma auditoria loja por loja. Como ele era o de mais confiança, a loja dele foi a última", contou o delegado Jacson Wutke. Quando chegou a vez da loja dele verificaram que estava tendo a diferença entre os envelopes colhidos na sangria e os que eram repassados [à tesouraria]."
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Augustinópolis fica no Bico do Papagaio e tem quase 18 mil habitantes — Foto: Divulgação/Prefeitura de Augustinópolis |
Quebra do sigilo bancário
A confirmação dos desvios aconteceu quando a polícia conseguiu a quebra do sigilo bancário do gerente. Mesmo recebendo um salário mínimo, ele teve uma movimentação financeira de entrada de R$ 650 mil na própria conta.
"A maioria dos depósitos era feita em dinheiro. Foi feita a auditoria e chegou ao valor de R$ 468 mil desviados, que foi o valor que conseguimos comprovar", explicou o delegado.
A compra da casa
Com esse valor, o gerente comprou um lote com uma casa simples e pagou à vista. Depois foi fazendo reformas e melhorias no imóvel, avaliado em cerca de R$ 200 mil.
Essa casa, inclusive, foi alvo de sequestro determinado pela Justiça. Outras medidas de apreensão judiciais ainda estão sendo cumpridas para tentar recuperar o valor supostamente desviado.
"Chamou a atenção o fato de que não se trata do primeiro crime praticado pelo autor. Existem informações de crimes com esse mesmo modus operandi em vários Estados da Federação, inclusive em outro supermercado aqui mesmo de Augustinópolis, fato que, todavia, teria ocorrido há mais de uma década”, disse.
A prisão
Logo que surgiu a suspeita dos desvios o homem fugiu de Augustinópolis. Ele teve a prisão preventiva decretada e foi encontrado na terça-feira (14) em Arapiraca (AL), com apoio da Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol) do Estado de Alagoas.
O caso foi registrado em Augustinópolis, no Bico do Papagaio, pela 12ª Delegacia de Polícia Civil. O gerente segue preso em Arapiraca (AL) onde já estava trabalhando e era investigado por um golpe semelhante.
O investigado foi indiciado por furto qualificado pelo abuso de confiança, por 192 vezes. Ele ainda deve ser transferido para o Tocantins.
Fonte: G1
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