Giovanna explica que o medicamento, já cadastrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é especialmente direcionado a pacientes diagnosticados com câncer de mama do tipo HER2-positivo, isto é, pacientes que possuem um nível elevado de receptores de crescimento nas células mamárias. Esses receptores aceleram o processo de crescimento da pele e consequentemente agravam o câncer.
A alteração na divisão das células é que causa o câncer, a alteração em si pode acontecer por diversos fatores, genéticos ou associados ao estilo de vida, explica acadêmica, “o consumo de cigarro e álcool, ingestão de agrotóxicos e exposição constante à radiação e poluição” são comportamentos relacionados ao desenvolvimento do câncer. Giovanna conta que, “com a divisão mutada, as células se multiplicam de forma desordenada e crescem muito, formando um tumor, que nesse caso, está localizado na região do seio”.
O câncer de mama tipo HER2-positivo é muito agressivo, geralmente acompanhado dos piores prognósticos. Eles são responsáveis por 20% dos casos de câncer de mama, conta a acadêmica. Por conta de sua agressividade, o tumor não possui uma diretriz sólida para o tratamento. O médico oncologista recomenda o tratamento de acordo com as características de cada tumor e paciente.
O trastuzumabe, junto com a quimioterapia, pode ser considerada uma nova primeira linha de tratamento. Segundo Giovanna, esse caminho oferece melhora para aproximadamente 15% das pacientes.
O medicamento
Segundo a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão do Ministério da Saúde responsável por avaliar e recomendar medicamentos e tratamentos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), trastuzumabe entansina é uma combinação de um anticorpo com uma droga capaz de inibir o crescimento desordenado das células cancerígenas. Assim, Giovanna acredita que o anticorpo utilizado “ajuda o sistema imune a encontrar as células cancerígenas e potencializa o tratamento, fazendo com que ele vá diretamente ao alvo”.
Comuns no tratamento do câncer, os efeitos colaterais dos medicamentos ainda estão presentes no novo fármaco. “Até 40% das pacientes sofrem com efeitos adversos após a primeira administração do trastuzumabe e eles incluem febre, calafrios, náusea, vômitos, astenia, dor local e cefaleia, entre outros”, conta a acadêmica. Após a remissão da doença, o sistema de saúde orienta que o paciente passe pelo menos cinco anos em acompanhamento médico.
Giovanna lembra que o mês de outubro é especialmente dedicado ao câncer de mama. Como um bom tratamento e um bom prognóstico são muito mais prováveis quando a doença é descoberta nos primeiros estágios, a acadêmica alerta para a realização de exames “na frequência correta, principalmente após os 35 anos”.