VÍDEO: Galos tomam banho de mangueira para fugirem do calor na Região Serrana do ES

 Altas temperaturas podem prejudicar a saúde, o bem-estar e a produção de ovos. Especialistas dão dicas de como ajudar os animais

Galinhas precisam de cuidados especiais no calorão — Foto: Reprodução/RPC

A forte onda de calor que atinge o Espírito Santo traz precauções adicionais, não apenas para as pessoas, mas também para os animais. Um pequeno criador de galos da raça índio gigante em Vargem Alta, na Região Serrana do estado, encontrou uma maneira inusitada de refrescar um pouco a granja: com banhos de mangueira.

Nas imagens de um vídeo gravado pelo criador Leonardo Pontini é possível os galos se refrescando enquanto tomam banho de mangueira. Pelo menos, cinco animais estão no local.

“O calor é excessivo. Como aqui estou a mil metros de altitude, minhas aves não estão acostumadas. Um banhozinho de mangueira ajuda a refrescar”, afirmou o criador.

Além disso, ele diz que prefere dar às galinhas a liberdade de escolher onde ficar, permitindo que decidam os lugares mais confortáveis.

Mais calor, menos ovos!

Nas agroindústrias, os setores de produção de aves necessitam de cuidados especiais para manter sua saúde e produtividade diante das altas temperaturas. O calorão está mexendo até com a qualidade dos ovos.

“Os sinais de estresse térmico pelo calor são facilmente perceptíveis pelos produtores, que veem as aves com bico e asas abertos, respiração acelerada, baixo consumo de ração, e consequentemente baixa produtividade”, explicou a médica-veterinária e coordenadora técnica da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), Carolina Covre.

Ambientes adequados promovem não só o conforto das aves, mas também têm impactos positivos na qualidade e quantidade dos ovos produzidos. Isso acontece porque o foco das galinhas passa a ser outro.

“Quando em temperaturas ideais, as aves permanecem em conforto térmico, onde se alimentam e bebem água normalmente, se desenvolvendo e produzindo de forma adequada. Mas se estão em estresse térmico, o foco passa a ser a regulação da temperatura corporal”, complementou Covre.

Sombra, água fresca e ceia

Galinhas recebem ração selecionada para obter qualidade nos ovos — Foto: Reprodução/TV TEM

Para enfrentar o calor, o médico veterinário da Nater Coop, Tarcísio Simões Pereira Agostinho sugeriu a utilização de gelo nas caixas d'água, congelando água em garrafas pet, como estratégia prática para pequenos produtores.

Mas para manter os criadouros frescos, o veterinário orienta que é preciso ir além da hidratação e recomenda o uso de aspersores sobre o telhado - jogar água na parte superior para realizar o processo de calefação. Essa técnica serve para retirar o calor dos telhados, promovendo um ambiente mais agradável para as aves.

De acordo com a médica veterinária da Aves, o ideal é manter as aves adultas em temperaturas entre 18 e 28°C, sendo ideal em torno de 20 a 23°C. Por isso, os cuidados adotados precisam ser adotados desde a construção dos abrigos.

“Os cuidados adotados se iniciam desde a construção dos galpões e instalação dos equipamentos, como a observação do movimento do sol, a escolha do material de cobertura do galpão, o plantio de árvores próximos às granjas, a instalações climatização com ventiladores, exaustores e nebulizadores, etc. Também é observada a densidade de alojamento, a oferta de água fresca e de qualidade e nutrição adequada”, explicou a médica veterinária.

Além disso, como as galinhas reduzem muito o consumo de ração, outra dica é a suplementação com polivitamínicos, que pode ser feita via água de bebida, e a oferta de ração à noite devido às menores temperaturas.

*Enzo Teixeira é aluno do 26º Curso de Residência em Jornalismo. Este conteúdo teve edição e supervisão de Víviann Barcelos.


Fonte: G1

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