Empresário é acusado de criar contrato para funcionária ser ‘escrava sexual’


O ex-CEO nega as alegações da então funcionária, afirmando que cometeu um erro ao contratar uma pessoa com a qual mantinha uma relação íntima consensual (Crédito: Reprodução/New York Post)

O co-fundador da Tradeshift, uma empresa de tecnologia cuja sede fica em São Francisco, na Califórnia (EUA), é acusado por uma ex-funcionária de promover um contrato de “escravidão sexual” para ela. O CEO Christian Lanng supostamente subjugou a vítima a anos de “terror erótico” não desejado, segundo uma ação promovida na Justiça pela mulher na última quinta-feira, 7. As informações são do New York Post.

De acordo com o processo registrado pelas autoridades, o ex-CEO da Tradeshift teria forçado a então funcionária a assinar um contrato tornando-a uma escrava sexual apenas alguns meses após a contratação da vítima para o cargo de assistente executiva. A mulher afirmou que aceitou as condições porque gostava do trabalho e não queria perder a oportunidade que tinha na empresa.

Segundo a acusação, a vítima sofria torturas sexuais do chefe, que infligia dor, urinava, e ainda “penetrava” objetos no corpo da mulher, que declarou ter sido demitida em 2020, logo após reclamar das condições do contrato ao RH. As alegações vieram à tona após Christian Lanng ser desligado do cargo de CEO neste ano por má conduta, após a administração tomar conhecimento de relatos de agressão e assédio sexual.

A vítima, que é identificada como Jane Doe, um nome genérico, acusa o chefe de ter a abusado e estuprado durante anos, após ela assinar o documento que exigia ela estar sempre disponível para um ato sexual com o ex-CEO mesmo que ela não quisesse. “Sempre que ela estiver com o mestre (como é chamado Christian Lanng) em particular, ela deve se ajoelhar e perguntar se há algo que possa fazer por ele”, descreve uma das supostas cláusulas do contrato anexado ao processo.

O documento ainda garantiria ao “mestre” a possibilidade de infligir qualquer punição que desejasse a “escrava”, ela merecendo ou não. Com uma cláusula assegurando que era de responsabilidade do chefe ela não sofrer ferimentos permanentes ou morrer. O contrato também exigia que a vítima não ficasse brava ou frustrada, sendo obrigada a agradecer o ex-CEO ao final de todo o ato libidinoso.

Outras exigências eram relativas à mulher ser obrigada a manter um diário relatando “com submissão” a “escravidão” direcionada contra ela, a usar roupas consideradas pelo chefe como femininas, e manter o peso entre os 58 e 70 quilogramas, com a necessidade de uma planilha do progresso ser enviada ao “mestre”. Jane Doe relata que chegou a apanhar até sangrar em uma oportunidade.

“A escrava concorda que a partir do momento em que assina este documento, o corpo dela passa a pertencer ao mestre, que irá o utilizar da forma que bem entender. Todas as posses da outra parte também pertencem ao senhor, incluindo bens materiais, finanças e contas online”, descrevia um trecho do suposto documento.

Christian Lanng nega as acusações, dizendo que cometeu um erro ao contratar Jane Doe, uma mulher com quem possuía uma relação sexual consensual. “As chocantes e vis alegações da acusação são categoricamente falsas. Nunca submeti ninguém a qualquer forma de abuso enquanto gerenciava a companhia ou em outro momento da minha vida”, declarou, complementando que nunca houve qualquer denúncia feita ao RH pela ex-assistente, e que a vítima foi demitida durante uma das várias rodadas de desligamento conduzidas pela Tradeshift.

Fonte: IstoÉ Popular



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