"Golpe do engajamento' tem frases prontas, impessoalidade e erros de tradução; veja dicas para evitar


Fraude começa com a pessoa assistindo a vídeos até que os golpistas pedem depósitos com a promessa de devolução dos valores e uma taxa de comissão de 30%.


A promessa de ganhar dinheiro assistindo a vídeos e curtindo conteúdos em redes sociais é investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no chamado "golpe do engajamento". Uma mulher diz ter perdido R$ 3 mil em 24 horas diante da oferta.

Quem recebe as mensagens deve estar atento às frases prontas e impessoais. Erros de tradução também são observados e devem servir de alerta para quem recebe o convite.


A seguir, entenda como o golpe funciona:

Como é o 1º contato? A oferta de trabalho chega por um aplicativo de mensagens: "Temos um trabalho para o qual precisamos de ajuda."

O que é oferecido? O golpista diz que o trabalho é de meio período e pode ser feito de casa, com a promessa de ganhos diários que variam de valor (ex: de R$ 10 a R$ 1.448, como oferecido em um dos golpes).

O que a pessoa tem que fazer? A oferta é para tarefas simples, como assistir e curtir conteúdos na internet para dar engajamento a um canal.

Como a pessoa recebe as tarefas? Por um grupo de Telegram. São várias atividades por dia.

O que acontece em seguida? Após a quarta etapa de vídeos, a vítima tem que aplicar valores em um site de criptomoedas que é indicado pelo grupo. A promessa, no caso do golpe investigado, é que o valor será devolvido com uma taxa de comissão de 30%.

Como é a fraude? O “mentor” diz que a pessoa cometeu um erro dentro das regras e pede mais dinheiro para que a tarefa seja completada. "Eu não posso fazer nada, é seu próprio erro. Você tem que fazer o que eu digo, caso contrário não posso ajudá-lo a recuperar o valor”.

Após vários depósitos e sem a devolução do dinheiro, a vítima se dá conta que caiu em um golpe.

No caso da mulher que registrou o caso à 72ª DP (Mutuá), ela percebeu ser vítima do golpe após quatro aportes, sem possuir qualquer retorno.

“O delegado falou que não ia dar em nada, porque era ‘mais corriqueiro que pão’. ‘Provavelmente nem o dinheiro do banco você vai ter ressarcimento, vai ficar por isso mesmo’”, disse.



Especialistas dão dicas para evitar golpe:

Especialistas dizem que é preciso estar atento a dois pontos:
  1. Não confie em pagamento para interação nas redes sociais, assistir vídeos, dar likes ou fazer comentários;
  2. Não acredite em rendimentos acima de 1% ou de 1,5% ao mês. Acima desse percentual, há grande chance de estar ocorrendo uma fraude.
O advogado Luiz Augusto D’urso, especialista em crimes cibernéticos, afirma que “não existe pagamento por interação nas redes sociais”. “Sempre quando alguém oferecer essa 'grande oportunidade' de assistir a vídeos e dar likes, desconfie.”

D’urso destacou também os “investimentos” disfarçados de pirâmide. “Não existem rendimentos de mais de 1,5% ao mês. Tudo que for acima disso tem grandes chances de ser uma fraude”, alertou.

“Todos que foram vítimas devem procurar a polícia, mesmo que virtualmente, e ainda que o prejuízo seja baixo. Isso serve como estatística e é o que leva à instauração de inquérito para que a polícia possa investigar e desmantelar essas quadrilhas”, explicou.

Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação está em andamento e que agentes realizam diligências para apurar os fatos.




Fonte: G1 RJ




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