VÍDEO: Alesp suspende sessão de privatização da Sabesp após confronto com PM; manifestantes são detidos


No plenário, PMs tiveram dificuldades para conter manifestantes e entraram em confronto. Eles lançaram gás de pimenta nas galerias e bateram no público com cassetetes.

A votação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) pela privatização da Sabesp foi interrompida na tarde desta quarta-feira (6) por 1h32min e retomada por volta das 20h. Manifestantes que estavam nas galerias tentaram invadir o plenário.

O presidente da Casa, André do Prado (PL), pediu reforço da segurança. No plenário, PMs tiveram dificuldades para conter os manifestantes e entraram em confronto: chegaram a lançar gás de pimenta nas galerias e bater no público com cassetetes.

Alguns manifestantes foram detidos durante o tumulto.

Michael Rocha, militante da UP que foi atingido durante tumulto com PMs na Alesp durante sessão de privatização da Sabesp — Foto: Arquivo pessoal

André do Prado mandou esvaziar as galerias, por considerar que a segurança estava comprometida, e pediu a suspensão da sessão. As portas do local foram trancadas.

Vivian Mendes, líder da Unidade Popular, e candidata ao Senado por São Paulo em 2022, foi detida durante o tumulto.

Vivian Mendes, presidente da Unidade Popular. — Foto: Reprodução/ Unidade Popular

Em nota conjunta, líderes dos partidos de oposição (PT, PCdoB, PSOL e Rede) repudiaram a "ação da Polícia Militar que avançou contra manifestantes com gás e cassetetes, fechou acessos ao plenário e aos corredores da Assembleia Legislativa de São Paulo, durante votação do projeto do governador Tarcísio de Freitas que privatiza a Sabesp".

"O uso da força policial para impedir a manifestação popular expressa toda a violência embutida no âmago da proposta do governador. Inadmissível retirar do povo o direito à água, sobretudo, quando isso acontece embaixo de cassetetes e gás de pimenta. A ação policial resultou na detenção de vários manifestantes e deixou pessoas feridas", continua o comunicado.

"Nesse contexto, a presidência da Assembleia Legislativa deu continuidade à votação da privatização da Sabesp, cerceando o exercício da liberdade parlamentar de deputados e deputadas, entre elas gestantes e idosas, que sofreram as consequências do gás que tomou boa parte do prédio."

"Apesar dos apelos das bancadas de oposição pelo adiamento da sessão, em razão da insalubridade para continuidade dos trabalhos e da falta de garantia para a participação democrática de parlamentares eleitos, a base do governo Tarcísio de Freitas retomou a sessão, de forma antidemocrática e intransigente, reiterando o seu descaso com o Estado de São Paulo e entregando a Sabesp para os empresários, mesmo com parlamentares impedidos de exercer sua atividade legislativa, por não poderem permanecer no Palácio 9 de Julho", finaliza.

Também em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a PM atuou "para conter um ato de depredação do patrimônio na Assembleia Legislativa, durante a votação da proposta de desestatização da Sabesp. Dois policiais militares ficaram feridos e foram encaminhados ao Hospital da Polícia Militar. Três pessoas foram detidas e conduzidas ao 27º DP (Campo Belo)".


Sessões acaloradas

Para ser aprovado, o projeto de privatização precisa de maioria simples dos presentes. O quórum mínimo para a sessão começar é de 48 deputados. Uma das prioridades da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicano), a proposta foi enviada à Alesp pelo governo em outubro, quando começou a tramitar na Casa.

Desde então, rendeu sessões acaloradas, como ocorreu na noite da terça (5). Deputados se exaltaram e manifestantes que estavam acompanhando o debate nas galerias do plenário da Casa gritaram palavras de ordem contra a desestatização.

Por volta das 22h40, durante um bate-boca, houve até troca de empurrões entre deputados.

Abaixo, o g1 explica os detalhes da proposta, como foi a tramitação na Casa, a expectativa pra a votação e quem é a Sabesp, uma das maiores companhia de saneamento básico do mundo.



Fonte: g1 SP



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