Empreendedora transforma hobby de Carnaval em negócio que fatura R$ 450 mil


Clarissa Romancini Viegas é dona da Ohlograma. Empresa nasceu do gosto de ajudar amigos a se prepararem para os bailes de Carnaval e hoje faz dinheiro o ano todo

Clarissa Romancini Viegas, fundadora da Ohlograma — Foto: Acervo pessoal

O Carnaval sempre fez parte da história da empreendedora Clarissa Romancini Viegas, de 45 anos. Nascida em um sábado que antecedia a festa, hoje ela é dona da Ohlograma, marca que surgiu a partir de um hobby e hoje explora o período festivo como uma data de vendas. A empresa faturou R$ 450 mil no ano passado e agora tem uma collab rodando com a C&A, focada no Carnaval.

Nascida em Brasília, Viegas se mudou para o Rio de Janeiro em 2001, durante a efervescência do Carnaval de rua na cidade. Na época, ela cursava psicologia, mas não demorou a se enveredar pelo mercado de moda. Trabalhou em empresas de todos os portes e até chegou a ter um negócio próprio de moda infantil. Resolveu parar tudo quando se tornou mãe.

A empreendedora sempre foi conhecida entre os amigos por ser a pessoa que monta todo mundo para o Carnaval. Começava a atender as pessoas às 6h da manhã para prepará-las para as festas. Até que uma amiga lhe disse que ela poderia começar a cobrar por aquilo, pois dava trabalho. Ela seguiu o conselho, e o negócio surgiu.

A primeira empresa nasceu em 2016, na época com mais uma sócia. Três anos depois, a sociedade acabou, mas Viegas entendeu que queria continuar a montar as pessoas para o Carnaval e outras festas no decorrer do ano. Assim surgiu a Ohlograma, a tempo de pegar o Halloween de 2019.

Clarissa Romancini Viegas sempre gostou de montar os amigos para as festas e hoje tem uma empresa focada nisso — Foto: Acervo pessoal

No ano seguinte, ela conseguiu se inserir no Carnaval com a Ohlograma montando personalidades em camarotes e festas. Ainda antes da pandemia, foi selecionada para um programa de incubação de startups da PUC-Rio. Durante a crise sanitária, aproveitou para absorver as mentorias e planejar melhor como seria o negócio. “Foi quando entendi que minha empresa tinha como característica a curadoria”, conta.

A Ohlograma se define como uma empresa de “curadoria para irreverências”. Atualmente, 70% do faturamento anual vem do Carnaval, mas Viegas também atende a demandas de festa junina, Halloween e, principalmente, festivais de música. Ela produz, compra e garimpa peças de todo o mundo para montar looks que os clientes usarão nos eventos.

A empreendedora passou os dois primeiros anos da pandemia preparando adereços, garimpando e montando looks em casa. Em 2022, quando aconteceram dois Carnavais [naquele ano os desfiles das escolas de samba aconteceram em abril, mas alguns blocos e festas ocorreram em fevereiro], ela tinha estoque de sobra e faturou R$ 800 mil.

Com a retomada dos eventos presenciais, ela percebeu uma mudança no comportamento do público, que favoreceu seu negócio.

“Eu vendo roupas para momentos de suspensão da realidade. Tanto o Carnaval ficou mais glamouroso, quanto a noite ficou mais fantasiosa. Eu vendo o ano todo. Tenho apenas uma pessoa que me ajuda, mas tenho aderecistas e costureiras parceiras que entram por projeto”, conta.

Ao longo do ano, além das festas, ela aluga os vestuários que tem para ensaios fotográficos e outras oportunidades. Para o consumidor final, trabalha só com venda. O tíquete médio é de R$ 1 mil, incluindo o look completo, desde meia-arrastão até perucas e anéis. “No Carnaval não se compra uma roupa, se cria uma memória”, diz.

Hoje, cerca de um terço do negócio é de vendas pela internet. Outro terço vem de feiras e eventos, e o restante corresponde ao atendimento presencial realizado no ateliê da empresa no Rio de Janeiro. Hoje, ela garimpa sortimento em indústrias nacionais e internacionais, além de marketplaces de artesãos, que vendem itens de todo o mundo.

Viegas conta que, quando recebeu o convite da C&A, ainda no ano passado, percebeu que finalmente a data parecia entrar no radar do varejo. “Todo ano as pessoas me procuravam em cima da hora para fazer as vitrines, porque é uma época de baixa das vendas. Mas o varejo entendeu que o Carnaval é um assunto e que vende também”, celebra.

Fonte: PEGN


Postagem Anterior Próxima Postagem