Enchentes no Acre: cidade fica isolada após rio transbordar

A cidade de Brasiléia está isolada por via terrestre — Foto: Asscom/Prefeitura de Brasiléia

A cidade de Brasiléia, no interior do Acre, está isolada por via terrestre desde a manhã desta segunda-feira (26). Na cidade, o rio Acre está com 13,98 metros, quase 3 metros acima da cota de transbordo que é de 11,40 metros. A cidade fica a 232 km da capital Rio Branco.

A Ponte Metálica José Augusto, que liga a cidade a Epitaciolândia, município vizinho, foi interditada na noite de domingo (25). A ponte, que fica na BR-317, é a única via de acesso terrestre para Brasileia e Assis Brasil, e por onde chegam mercadorias, suprimentos, medicamentos e combustível.

A prefeita da cidade classificou a situação como muito grave. "Brasiléia nesse momento pede socorro às nossas autoridades do governo federal e do governo estadual. A situação é muito grave. De 11 bairros que nós temos, 9 estão alagados. Há pontos de isolamento também na zona rural".

Em Brasiléia, há 1.540 pessoas desabrigadas e 1.256 pessoas desalojadas, que foram atingidas em nove bairros - em todo o estado são 11 mil pessoas fora de casa e 17 cidades em emergência, incluindo Brasiléia . Na cidade, doze abrigos foram preparados para receberem os necessitados. 138 indígenas adultos e crianças estão nestes abrigos.

De acordo com a prefeitura, a população do município sofre com a quarta alagação em 11 anos e com isolamento da única ponte de acesso ao lado brasileiro. A Ponte Metálica José Augusto é de mão única que liga também ao município vizinho Epitaciolândia. Sem essa ligação, não é possível trafegar por terra até a fronteira boliviana.

Diante desse cenário em Brasiléia, a prefeita decretou no sábado (24), situação de emergência e teve o reconhecimento da Defesa Civil Nacional e do Governo Federal nesta segunda-feira (26).

Prefeitura decretou emergência no último sábado (24) — Foto: Asscom/Prefeitura de Brasiléia

11 mil desabrigados no estado

A inundação provocada pelo Rio Acre já fez com que mais de 11,2 mil pessoas deixassem suas casas até esta segunda-feira. Do total, 5.578 estão desabrigadas e 5.703 desalojadas, segundo o governo do estado.

Dezessete municípios do estado estão em emergência reconhecida pelo governo federal.

Entre as cidades mais críticas está Jordão, que fica no interior do estado. A prefeitura decretou calamidade, após 80% da zona urbana ficar alagada. O hospital foi invadido pelas águas e os pacientes precisaram ser levados para um prédio da secretaria de assistência social.

Fonte: G1


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