Vítima era obrigada pelo marido a viver com a segunda mulher dele, que era amante. Joilza Santos da Silva, de 42 anos, chegou a ser levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa), mas não resistiu.
Joilza Santos da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas pelo próprio marido, Joilson Batista Santos, na Serra, Espírito Santo — Foto: Divulgação |
Uma mulher identificada como Joilza Santos da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas pelo próprio marido, Joilson Batista Santos, no meio da rua. Revoltada, a população ateou fogo no carro dele. O homem tentou fugir, entrando em uma área de mata, mas foi localizado e preso. O crime aconteceu na frente dos filhos do criminoso, de 19, 13 e 4 anos.
Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, tudo começou quando o suspeito chegou em casa e ameaçou as duas mulheres (a vítima era esposa e a outra era amante) com quem ele mantinha um relacionamento conjugal. Eles moravam juntos na mesma casa. Assustadas, elas foram para a praça de Serra Sede. Joilson pegou o carro e foi atrás delas, mandando as duas entrarem no veículo. As vítimas recusaram, momento em que o criminoso deu o primeiro golpe em Joilza.
Homem é preso após esfaquear esposa no meio da rua na Serra
A outra esposa dele contou que Joilza já estava caída quando Joilson deu mais um golpe na vítima no chão. Em seguida, ele continuou dando facadas na mulher, até que um rapaz que estava na praça apareceu e deu um chute no agressor, que saiu correndo.
A Polícia Militar foi chamada. Quando os agentes chegaram, Joilza estava caída no chão, toda ensanguentada. Ela foi colocada dentro da viatura da polícia e, no caminho para a Unidade de Pronto Atendimento (Upa), foi transferida para uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192). A vítima chegou a dar entrada no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Tentativa de fuga na mata
Carro de Joilson Batista Santos foi incendiado após ele matar esposa a facadas na Serra, Espírito Santo — Foto: Divulgação |
No local do crime, os policiais foram informados que o agressor havia fugido para uma região de mata, no bairro Santo Antônio. Os agentes foram atrás e começaram as buscas. Como o local tinha muitos morros, um militar chegou a cair, machucando o ombro. Neste momento, eles perderam o suspeito de vista.
Depois disso, através de denúncias, os policiais encontraram Joilson dentro de uma Upa. O suspeito foi levado para a Delegacia do Plantão Especializado da Mulher, e depois encaminhado para a Delegacia Regional da Serra. Ele confessou que jogou a faca usada no crime dentro da mata.
A Polícia Civil, em nota, informou que o suspeito foi "autuado em flagrante por homicídio cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio). Ele foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana. O corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, onde passará pelo processo de necropsia. Posteriormente, será liberado para os familiares".
Forçada a viver com a 2ª esposa dele
Familiares de Joilza disseram à TV Gazeta e afirmaram que a vítima sofria violências dentro de casa. Por não conseguir engravidar, a mulher foi obrigada pelo marido a aceitar uma outra esposa dentro de casa, com quem ele teve filhos. No último sábado (24), essa outra mulher chegou a registrar um Boletim de Ocorrência contra o marido, que tentou golpeá-la com uma faca.
Joilza morava na casa com o marido e outra mulher dele. E essa foi uma exigência de Joilson.
"Ela teve que aceitar... Para não morrer a pessoa faz tudo. Ele disse que ela tinha que aceitar porque ele queria filhos, e minha filha não podia dar. Ele fazia muita ameaça. Ontem mesmo eu disse: 'Jailson, a Lei Maria da Penha está aí, homem não pode bater em mulher, não'. Ele prendia as duas e batia. Quando minha filha saía para trabalhar, ele monitorava toda hora, ficava ligando para saber onde ela estava, a vida dela era assim", disse Nilza Pereira Santos, mãe da vítima.
Vai ser muito triste daqui para frente, vou sentir muita falta da minha filha, mas estou confiante em Deus que eu vou vencer, porque eu sigo um Deus vivo e poderoso. Tenho certeza que ele vai pagar por tudo isso, finalizou Nilza Pereira.
Fonte: G1