Carioca radicado em São Paulo tratava um câncer de intestino
Morreu na madrugada desta quinta-feira o jornalista, crítico de TV e roteirista Tony Goes, aos 63 anos, em São Paulo. Ele era colunista do jornal Folha de São Paulo e mantinha a seção diária de recomendações de TV "É hoje em casa", no caderno "Ilustrada", além de textos no site F5, do mesmo grupo.
Segundo o jornal, Tony Goes tratava um câncer de intestino desde 2021 e, na última semana, foi descoberto metástase. A morte foi confirmada pelo irmão dele, o produtor audiovisual Zico Goes. Ainda de acordo com o jornal, a causa da morte foi falência hepática por de complicações da doença.
Nascido no Rio em 1960, mas radicado em São Paulo desde a infância, Goes era formado em publicidade. No entanto, especializou-se em TV, e além de trabalhos na imprensa, assinava roteiros há pelo menos 25 anos. São de sua autoria "Santo de Casa", da Band, quadros do "Video Show", da TV Globo, e "12 Moedas", última série que roteirizou, exibida pela HBO sobre as moedas que o Brasil já teve. Há bem pouco tempo, havia estreado na autoria de textos teatrais. Ficou em cartaz até o início de fevereiro sua peça "Quem tem medo de Olga Del Volga?", na boate Turma O.k., na Lapa, no Rio de Janeiro.
A última coluna do jornalista no F5 foi escrita no dia 12 de fevereiro e discorreu sobre um dos grandes assuntos do carnaval 2024: o encontro entre Baby do Brasil e Ivete Sangalo no carnaval de Salvador e o papo que as duas tiveram sobre o apocalipse. "Treta entre Baby do Brasil e Ivete Sangalo já virou o meme do Carnaval, mas também serve de sinal de alerta", dizia o título da publicação.
O assunto também tema do último post do blog pessoal que ele mantinha para postar as colunas e discorrer sobre outros assuntos. No último domingo, dia (11), escreveu o último post de caráter íntimo, em que contou estar passando o carnaval hospitalizado para realizar procedimentos médicos.
"Eu tenho barriga desde os 10 anos de idade. Antes que alguém me repreenda por não fazer academia - e eu fiz, muita - gostaria de lembrar que a pança não me impediu de encontrar um grande amor e que vivo um casamento feliz há mais de 33 anos. No entanto, uma semana atrás eu reparei que ela estava grande mais, tipo gravidez de nove meses. Mais um pouco e eu teria que me mudar para Taubaté. Acabei indo para o pronto-socorro na quinta à noite. Fiz uma batelada de exames e, ontem à tarde, passei por um procedimento chamado paracentese. Puncionaram meu abddômen e de lá jorraram 3,7 litros de um líquido amarelo escuro. Um alívio indescritível, mas ainda não me deram alta. Sintoma colateral do remédio fortíssimo que ando tomando. E assim está sendo meu carnaval: no hospital, skindô-lelê", escreveu Tony.
Fonte: O Globo