O que é psicose, que fez médico quebrar apartamentos

Homem foi encaminhado para a delegacia e quadro pode ser comum à qualquer pessoa; saiba como

Médico tem quadro de psicose, quebra seu apartamento e o de vizinhos – Foto: Reprodução/Freepik/ND

Um médico entrou em psicose, danificou seu próprio apartamento e o de vizinhos em Patos de Minas (MG) no último domingo (18). O homem, de 44 anos, foi conduzido para a delegacia.

Ao jornal “Patos Hoje”, o vizinho relatou que estava dormindo quando o homem entrou em seu apartamento sem motivo aparente e danificou sua porta. Os policiais também registraram danos em outra porta e em um alçapão pertencentes a outros vizinhos.

Posteriormente, o médico teria retornado para seu próprio apartamento e os vizinhos continuaram a ouvir barulhos que sugeriam que mais objetos estavam sendo quebrados.

Após se acalmar, o médico admitiu que foi até o apartamento do vizinho para questioná-lo sobre o barulho. Reconhecendo os sinais de embriaguez, o médico admitiu ter consumido Zolpidem e bebida alcoólica, resultando em uma memória parcial dos eventos. Como resultado, ele foi levado à Delegacia de Plantão da Polícia Civil sob acusação de danos materiais.

O que é psicose?

De acordo com o Ministério da Saúde, a psicose representa um conjunto de sinais e sintomas que ocasionam alterações na saúde mental, acarretando prejuízos significativos na vida do indivíduo, de sua família e da sociedade em geral.

Essas mudanças podem interferir nas atividades diárias, como no trabalho, na escola, nas tarefas domésticas e nos cuidados pessoais, como higiene pessoal.

É importante ressaltar que muitas pessoas ao redor do mundo enfrentam episódios de psicose, sendo que aproximadamente uma em cada 150 pessoas recebe o diagnóstico de transtorno psicótico em algum momento de suas vidas.
Sintomas de psicose

Indivíduos que sofrem de sintomas psicóticos podem experimentar alterações no humor, no pensamento e até mesmo no comportamento.

É comum que essas pessoas não percebam as mudanças em seu comportamento, o que pode dificultar o reconhecimento do problema.

Os principais sintomas associados à psicose incluem alucinações, delírios, desorganização do pensamento, da fala e do comportamento, bem como sintomas negativos.
Bebida + Zolpidem = psicose

Conforme a bula do medicamento, o hemitartarato de zolpidem é utilizado no tratamento de distúrbios do sono, como insônia e dificuldade em manter o sono. Ele está disponível em versões em comprimidos para uso oral e sublingual.

A bula também adverte que o medicamento não deve ser associado ao consumo de bebidas alcoólicas, como ocorreu no caso do médico em Pato de Minas. Isso pode resultar em um quadro de psicose.

Zolpidem + bebidas alcoólicas podem gerar quadros de piscose – Foto: Reprodução/R7/ND
Como ajudar alguém em surto psicótico?

De acordo com o psicanalista Fabrício Selbmann, para ajudar alguém em surto psicótico é preciso observar algumas dicas. As dicas de Selbmann são semelhantes ainda com o que diz o MDS, um manual de saúde usado por médicos de todo o mundo.

É necessário observar a percepção da realidade de alguém durante um surto psicótico, pois esta pode estar comprometida ou até mesmo inexistente.

De acordo com o MDS, este é um dos pontos que mais diferenciam esse tipo de episódio de qualquer outra condição.

Alucinações, que podem afetar qualquer sentido, e delírios, que envolvem mudanças ideológicas também são sinais a serem observados.

Além destes sinais, é preciso notar as mudanças abruptas de humor, falta de lógica nas falas e atitudes incoerentes que são indicadores importantes.

É essencial agir com cuidado para evitar comportamentos impulsivos que possam colocar a pessoa em risco. Se a situação se tornar agressiva ou violenta, buscar ajuda é fundamental.

Serviços de emergência, como o SAMU (192), ou encaminhamento para um CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), são opções a considerar.

Durante um surto, confrontar a pessoa ou deixar objetos perigosos ao seu alcance deve ser evitado.

É importante lembrar que os delírios e alucinações são reais para a pessoa durante o surto, e tentar convencê-la do contrário pode ser contraproducente.

O MDS termina as orientações reiterando: pedir ajuda é essencial, pois lidar sozinho com a situação pode ser perigoso e desafiador. Reconhecer a necessidade de ajuda é o primeiro passo para garantir a segurança de todos os envolvidos.


Fonte: NDMAIS



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