Ambos foram indiciados por lesão corporal. O motoboy também vai responder por desobediência, por ter resistido à prisão. Sindicância da Brigada Militar (BM) atestou que não houve racismo por parte dos policiais durante a abordagem, mas transgressão disciplinar pela forma como conduziram o motoboy.
O vídeo registra o momento em que Sérgio Camargo Kupstaitis, morador do prédio, sai do local armado com um canivete e caminha em direção onde Everton Henrique Goandete da Silva, motoboy, estava.
As imagens não registram a agressão cometida por Kupstaitis contra Silva, mas ele admitiu em depoimento à Polícia Civil que desferiu um golpe com o canivete contra o motoboy. O motivo seria o local onde ele estava, em que geralmente motoboys ficam enquanto aguardam serem chamados para prestar serviço de delivery. Kupstaitis estaria incomodado com a situação.
Após, a câmera de segurança registra o momento em que Silva atira pedras contra Kupstaitis, que ainda está armado com o canivete. A briga segue até o momento em que Kupstaitis vai para dentro da área da frente do prédio e fecha o portão. Silva vai até lá e algumas pessoas aparecem para tentar acabar com a briga. Pouco depois, a Brigada Militar (BM) chega ao local.
O advogado Ramiro Goulart, que representa o motoboy, lamentou a "ausência de imagens da agressão inicial de Sérgio", o morador do prédio.
"O recorte dos fatos tentou desqualificar a resposta de Everton à agressão por ele sofrida, desconsiderando as intenções de Sérgio, bem como o fato de Everton somente ter se defendido, como disseram as testemunhas", disse o advogado.
No inquérito policial, houve o indiciamento de Silva e de Kupstaitis por lesão corporal de natureza leve. Silva também foi indiciado por desobediência, por resistir à prisão.
A defesa de Everton diz que "lamenta a conclusão prematura do inquérito e mesmo da sindicância".
Ao longo da semana, a RBS TV procurou Sérgio, que não respondeu aos contatos. A Polícia Civil afirma que ele não constituiu defesa no caso.
Já a sindicância da BM que apurou a conduta dos policiais militares (PMs) afirma que não houve agressão nem racismo por parte dos agentes, portanto, que não houve crime militar ou crime comum.
No entanto, a sindicância apontou que houve uma transgressão disciplinar quando os policiais permitiram que Kupstaitis fosse ao apartamento sozinho e não o levaram detido no porta-malas da viatura, da mesma forma que Silva foi levado. Kupstaitis foi conduzido a uma delegacia no banco traseiro de uma viatura.
Fonte: g1 RS