Veículo foi arrastado na noite de sexta-feira (23) em Alegre, no Sul do Espírito Santo, durante temporal. Segundo a aposentada Suzy Olmo, 59 anos, objetos de valor sentimentos estavam em uma mala junto com o carro.
Um carro desapareceu após ser arrastado pela enxurrada (assista acima) que atingiu Alegre, na Região Sul do Espírito Santo, na noite de sexta-feira (23). Cinco dias após a tragédia que deixou ao menos 20 mortos e rastros de destruição em mais de dez cidades, a dona do veículo, Suzy Olmo, de 59 anos, ainda faz apelo para encontrar o automóvel. Segundo a aposentada, dentro do porta-malas havia diversos objetos de valor sentimental.
"No porta-malas tinha uma mala com vários objetos de valor sentimentos, como algumas peças da minha mãe que faleceu recentemente", disse ao g1.
Vídeos gravados por moradores, vizinhos da aposentada, mostram o veículo sendo arrastado pela força da correnteza. O carro estava estacionado na Rua doutor Porfírio de Souza Freire, no bairro Vila Viana, próximo ao centro da cidade.
Já em outras imagens, o veículo é filmado indo em direção a uma ponte que passa sobre o Rio Alegre. Na gravação, dá para ver que, além de muita água, a correnteza já passava por cima da estrutura.
Foi para onde o carro foi levado e desapareceu. De acordo com a proprietária, o veículo caiu no rio e até agora não foi localizado.
"Eu não sei o que aconteceu. Ele pode ter sido levado para uma represa próxima ou pode estar ainda no fundo do rio. De qualquer forma, a única coisa que me interessa é a mala", disse.
Dia errado na hora errada
De acordo com a dona do veículo, ela mora em Vitória, mas vai para a cidade, que fica no Sul capixaba, administrar dois imóveis das filhas apenas uma vez por mês ou com uma periodicidade ainda maior.
"Aqui tem uma pessoa que toma conta para elas, mas eu venho sempre porque eu sou aposentada e para mim fica mais fácil. Além disso, venho ver os cachorros. Eu vim na sexta e minha ideia era ir embora no domingo, dia 24, mas tudo isso aconteceu", comentou a proprietária.
Suzy disse ainda que aproveitou que estava na casa para buscar pertences da mãe que faleceu em 2020. Os objetos foram colocados no porta-malas do veículos para serem levados de volta para a Capital, onde a aposentada mora atualmente.
"Tinham roupas da minha mãe que faleceu em 2020. Eu queria levar para a minha casa. Também tinha uma cadeirinha da minha netinha... Eu já fiz Boletim de Ocorrência, já entrei em contato coma seguradora e a questão do carro vai ser resolvida. Eu só quero a mala", lamentou.
A aposentada contou ainda que o primeiro andar da casa onde estava também foi atingido pelo forte temporal. Na cidade, muitas pessoas ficaram desalojadas e desabrigadas, tendo que deixer seus imóveis.
"Perdemos camas, colchões... No segundo andar, faltou apenas cinco degraus para a água chegar", comentou.
A aposentada disse ao g1 que ficará na cidade para tentar encontrar o veículo até o dia 31 de março.
Chuvas no Sul do ES
Entre a noite de sexta-feira (22) e a madrugada de sábado (23), um forte temporal atingiu a Região Sul do Espírito Santo e algumas cidades chegaram a registrar 300 milímetros de volume de chuva. Até as 11 hora desta quarta-feira (26), a tragédia no estado tinha deixado aos menos 20 mortos, 2 desaparecidos e mais de 19,9 mil pessoas fora de casa. O governo do estado decretou situação de emergência em 13 municípios.
Muitas famílias perderam tudo. A força da água foi grande. Quebrou muros, derrubou paredes de residências, invadiu lojas, escolas e prédios públicos, arrastou carros e caminhões. Além de vidas perdidas, o prejuízo passa pela perda de roupas, móveis e documentos. Nos locais mais afetados, também há registros de falta de energia, água e até comida.
Comerciantes também contabilizam prejuízos milionários. Uma fábrica de sorvetes foi destruída. O domno teve que jogar mais de 100 mil picolés no lixo. Uma loja de roupas, todas as peças cheias de lama foram amontoadas em caminhão e as perdas passam de R$ 1,2 milhão.
Fonte: G1 ES