Janete Bogo, filha de uma duas das vítimas, disse que a família ainda não entendeu qual foi a motivação do crime. Casa foi invadida no domingo (21); uma pessoa também ficou ferida. Mãe, marido e filho estão foragidos.
Ines Gemilaki, de 48 anos, Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28 anos, são procurados pela polícia — Foto: Divulgação |
A família de dois idosos mortos no domingo (21), após Ines Gemilaki, de 48 anos, e Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28 anos, que são mãe e filho, invadirem uma casa, em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, e atirarem contra eles, busca por respostas para o que aconteceu.
Além dos dois mortos, identificados como Pilson Pereira da Silva, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81 anos, um padre que estava na residência ficou ferido. José Roberto Domingos, de 45 anos, por cirurgia nesta segunda-feira (22), e não corre risco de morrer.
Segundo a polícia, o principal alvo era o dono da casa onde o crime aconteceu.
A filha de uma das vítimas, Janete Bogo, de 40 anos, disse que todos que estavam na casa que tinham uma boa relação com a família de Ines e que não consegue entender o que motivou ela a fazer isso.
Oito pessoas estavam no imóvel quando a mãe, que é pecuarista, e o filho, que é médico, invadiram o local. Ambos estavam armados e fizeram vários disparos. O crime foi registrado por câmeras de segurança (veja mais abaixo).
Após os disparos, mãe e filho fugiram. Os dois, e o marido de Ines, identificado como Marcio Ferreira Gonçalves, de 45 anos, que teria dado apoio na ação, estão sendo procurados.
"A principio, [as vítimas] acharam que fosse um assalto. Meu pai nem saiu da mesa, porque viu que era a Ines e ele jamais imaginaria que ela faria isso. O portão estava aberto, eles chegaram e entraram. Meu pai infelizmente permaneceu sentado", disse Janete.
Janete explicou que vive com o marido no município de Sorriso, mas que ficou sabendo do ataque à residência após receber uma ligação da irmã.
A mãe e o filho foram vistos, ainda na tarde de domingo, comprando cerveja, água e refrigerantes quando passavam pela cidade de Matupá, a cerca de 13 km do local do homicídio. Uma câmera de segurança da conveniência do posto de combustível registrou o momento.
Suspeita registrou BO antes do crime
De acordo com a polícia, Ines havia registrado um boletim de ocorrência contra o dono da casa onde ocorreram os homicídios, horas antes do crime, alegando sofrer ameaças.
À esquerda, mãe e filho armados e, à direito, o marido de Ines em direção ao carro usado na fuga — Foto: Reprodução |
Segundo o boletim de ocorrência, Ines relatou que a família estava recebendo ameaças por causa de um processo referente a um contrato de aluguel, no qual ela teria ganhado a causa.
Na denúncia, Ines disse que, um dia antes, três homens teriam entrado na casa dela, a procurando, mas somente o marido estava na residência. Em seguida, disseram ao marido que ela estava em dívida com eles, e teriam ameaçado o filho dela também.
Ainda conforme o registro, a pecuarista teria recebido mensagens no celular, sendo intimidada com a cobrança de uma dívida, a qual ela alega não possuir.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Anna Marien, a suspeita é de que a motivação do crime seja um desacordo comercial envolvendo pagamentos de aluguel da casa invadida. Janete informou que existe sim uma dívida por parte da suspeita, mas que ela não consegue informar o valor.
"A suspeita locava aquele imóvel do proprietário e, ao sair da residência, deixou algumas dívidas, o que gerou uma ação judicial, e partir daí, várias discussões e desentendimentos entre eles, o que acabou resultando nesse crime bárbaro", disse.
Fonte: G1