Insumo era contrabandeado dos EUA e envasado em São Paulo. Alvo preso no RJ tocava as plataformas de e-commerce.
Rhaynara Didoff, Letícia Susane Correia Castro e Elisa de Araújo Marden — Foto: Reprodução/TV Globo |
Segundo as investigações, a quadrilha contrabandeava dos Estados Unidos óleo de maconha para cigarros eletrônicos, ou vapes. O entorpecente vinha envasado em potes de cera de depilação e chegava ao Brasil pelo Paraguai.
O grupo, para promover a venda das drogas, tentava atingir um público maior, alegando funções terapêuticas para os produtos.
A ação desta quarta é mais uma etapa da Operação Nárke, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça.
O grupo criminoso mantinha websites e contas em redes sociais, onde anunciava “remédios para diversos tipos de doenças”. Profissionais de tecnologia da informação do Rio de Janeiro eram responsáveis pela construção das plataformas de comércio eletrônico. Um deles foi preso nesta quarta em Nova Iguaçu.
Para expandir as vendas, digital influencers de diversas partes do país foram contratadas para divulgar os produtos distribuídos pelo grupo. Três dessas influenciadoras digitais são do Distrito Federal e foram presas: Rhaynara Didoff, Letícia Susane Correia Castro e Elisa de Araújo Marden.
A organização criminosa abriu contas bancárias em nome de terceiros, utilizava empresas fantasmas e documentos falsos e aplicava tecnologia de deepfake para burlar a segurança de aplicativos bancários.
A rota da droga
O óleo de cannabis era comprado em grandes quantidades nos Estados Unidos. A carga ia para o Paraguai e entrava no Brasil por Foz do Iguaçu (PR). Já os itens à venda, como embalagens e refis, vinham da China já com a marca da loja.
O destino era São Paulo, onde os criminosos manipulavam o insumo e o evasavam em refis de cigarros eletrônicos e em frascos de canabidiol, por exemplo.
De acordo com as investigações, o bando misturava solventes e aromatizantes ao óleo de cannabis e dizia ter “diferentes genéticas de maconha” — mas a matéria-prima era a mesma.
Os chefes operavam o esquema remotamente do interior paulista e tinham várias camadas de proteção, a fim de evitar que se chegasse até eles.
Fonte: G1 RJ