Na teoria, rico e pobre pagariam menos pelo alimento, mas, na prática, não, segundo o detalhado pelo governo. E isso por causa do chamado cashback, um sistema que devolve parte dos impostos para famílias mais pobres que estão incluídas no CadÚnico.
Carne bovina (imagem ilustrativa) — Foto: Tiago Ghizoni/ NSC /Arquivo |
Mas, no dia a dia, o que isso significaria para os bolsos (e as mesas) das populações mais ricas e mais pobres do país?
Como explica Victoria Abel, repórter do jornal O Globo, em Brasília, e que esteve na entrevista coletiva que o ministro Fernando Haddad convocou para detalhar a proposta, na teoria, sim — rico e pobre pagariam menos pelo alimento —, mas, na prática, não.
"Na prática o pobre vai pagar menos ainda, de acordo com o governo", explicou Abel em entrevista ao podcast O Assunto desta sexta-feira (26).
Isso por causa do chamado cashback, um sistema que devolve parte dos impostos para famílias mais pobres, aquelas que tem renda, por pessoa, de até meio salário mínimo e que estão incluídas no Cadastro Único, o CadÚnico.
"Por que? A carne está na cesta que a gente chama de cesta estendida, que é aquela cesta onde os produtos têm desconto de 60%. Só que os ricos têm esse desconto de 60% e os mais pobres, a população de baixa renda incluída no CadÚnico, têm, além desse desconto de 60%, o cashback."
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Cadastro Único tinha, em março deste ano, quase 42 milhões de famílias cadastradas — um total de 96,5 milhões de pessoas. Quase metade de toda população brasileira, estimada em 203 milhões em 2022.
"Quando você faz a conta de desconto de 60% mais o que eles vão ter de crédito, que a gente chama de cashback, na compra desse produto, os pobres vão estar pagando menos na carne do que pagam hoje e menos do que os ricos vão pagar", complementa Abel.
Fonte: G1