“Queremos fortalecer a agricultura familiar”, diz Marcelo Santos


Protagonismo e legitimidade. Essas duas palavras têm permeado a linha de atuação da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), sob a presidência do deputado Marcelo Santos. Um dos pilares da gestão é expandir a atuação da Casa de Leis e levar conhecimento e informação ao interior do Estado. Para isso, foi criado o projeto Arranjos Produtivos.

A ideia é fortalecer o setor agrícola, principalmente a agricultura de base familiar, com foco no desenvolvimento sustentável. Na prática, isso vai gerar melhoria na qualidade de vida e na renda dos agricultores. Com a proposta, eles têm acesso a serviços como: atendimento com o Incaper, Sebrae e também da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes). É o combo perfeito para imprimir políticas públicas de crescimento e permanência do homem no campo.

Em entrevista à CONEXÃO SAFRA, o presidente da Ales falou sobre o projeto e como ele pode ser a chave para levar desenvolvimento e progresso para o interior do Espírito Santo.

Como presidente da Ales, o senhor primou por expandir o foco de ação do Legislativo. Como surgiu essa ideia de levar a atuação da Casa também para o interior do Estado.

Um mandato alcança 78 municípios e eu não queria gravitar somente na Região Metropolitana. Então conheci a agricultura familiar e percebi como ela é importante na vida dos capixabas. Alcancei a presidência da Assembleia e, após muito diálogo, resolvi criar um projeto que vai além do fornecimento de mudas e equipamentos, mas que leva conhecimento para diversificar a agricultura. Junto com outras instituições, como Sebrae, Incaper, Aderes, Sicoob, Sicredi, Banestes, BNB e Senar, conseguimos dialogar com quase 25 mil pequenos produtores. Levamos para eles o que é o principal item do arranjo produtivo, que é a informação.


E como o conhecimento faz a diferença no meio rural?

Ele facilita, aprimora e diversifica a produção. No Extremo Norte, por exemplo, temos a pimenta-do-reino e o cacau como principais culturas. Levamos, então, informações sobre citros. Dessa forma, o produtor terá a oportunidade de ter mais uma cultura em sua propriedade e ainda contará com apoio técnico e acompanhamento. A cadeia produtiva inteira foi impactada positivamente. No entorno, certificamos agroindústrias e aquele mesmo agricultor familiar conseguiu fornecer seus produtos para o mercado e para o poder público. Ou seja,o programa Arranjos Produtivos gerou mais renda para o meio rural. Considero essa a melhor experiência que já tive na vida pública.


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O senhor deve ter visto muitos casos de sucesso…

Sim, muitos. Um, em especial, nos chamou a atenção. É a história do senhor Francisco, de Jaguaré. Depois de ver a propriedade atingida por fortes chuvas e perder boa parte da produção do café, ele resolveu diversificar e plantar, depois do Arranjos Produtivos, goiaba, abacaxi e uva. Para dar uma ideia, toda produção de uva in natura dele já está vendida. Agora, ele tem uma pequena agroindústria que ultrapassa a barreira de Jaguaré e vende para cidades vizinhas. Quer dizer, depois do programa, além de não ficar dependente da produção do café, ele ampliou a renda familiar. Hoje os dois filhos, que são técnicos agrícolas, trabalham na propriedade e ele já pensa em ampliar a agroindústria.


A Ales aprovou várias novas rotas turísticas em cidades do interior. Como isso impulsiona o desenvolvimento?

Ao criar uma rota, o Estado é convocado a investir no calçamento, sinalização vertical e horizontal, indicação e o que produz na rota. Quer dizer, toda essa infraestrutura é fruto da criação de uma rota. Então, a comunidade se movimenta e o Estado é chamado a promover o desenvolvimento da rota com investimentos e capacitação.


O Legislativo, não à toa, é chamado de a Casa do Povo. Como o senhor vê o papel da Assembleia neste momento no Espírito Santo?

A Ales ficou muito tempo restrita à avaliação de matérias, mas hoje vai muito além das paredes da sede. Não é papel da Ales imprimir políticas públicas, mas acompanhá-las. No entanto, não podemos ficar na inércia. O Legislativo é uma caixa de ressonância e não podemos ser só parlamentares que encaminhamos a demanda de um município. Temos de ser proativos. Eu costumo dizer que não tem um prego que não passou pelo crivo da Ales para ser autorizado. Então, temos de mostrar esse protagonismo e legitimidade Esse é o nosso papel.


Fonte: Conexão Safra 


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