Fisiculturista se torna réu por matar a mulher espancada


Vítima morreu por traumatismo craniano após 10 dias internada em estado gravíssimo. Igor Porto alegou que Marcela Luíse sofreu uma queda da própria altura enquanto limpava a casa.

Fisiculturista é preso suspeito de espancar a mulher — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O fisiculturista Igor Porto se tornou réu nesta quinta-feira (30) por matar a companheira, Marcela Luíse, espancada, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A vítima, que teve múltiplas fraturas pelo corpo, morreu por traumatismo craniano após 10 dias internada em estado gravíssimo.

Em nota, a defesa de Igor Porto afirmou que a Justiça ter acatado a denúncia não causou suspresa e que acredita na instrução criminal. Afirma ainda que será demonstrado que os fatos não ocorreram como narrados pela acusação.

De acordo com a decisão, tomada pelo juiz Leonaro Fleury, a Justiça acatou a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que alega ter Igor cometido o crime por meio cruel, que impossibilitou a defesa da vítima. A denúncia afirma ainda que por razões da condição de sexo feminino, o fisiculturista agrediu a companheira, o que caracterizou feminicídio.

A Justiça deu o prazo de 10 dias para que o réu e a defesa ofereçam documentos e justificações. Igor foi preso no último dia 17 de maio.


Chegada ao hospital

Marcela Luíse foi levada para o hospital no último dia 10 de maio após ter sido espancada. Ao chegar no hospital, Igor Porto afirmou para a equipe médica que a mulher tinha sofrido uma queda da própria altura em casa. Um vídeo mostra o momento em que a vítima chega ao hospital e é retirada do carro inconsciente pelo companheiro.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Bruna Coelho, as lesões encontradas no corpo de Marcela, que morreu no último dia 21 de maio, eram incompatíveis com a versão apresentada pelo fisiculturista.

"As lesões são totalmente incompatíveis com uma queda da própria altura. O médico legista chegou a dizer que [as lesões] são compatíveis até mesmo com queda de grandes alturas ou até mesmo acidentes automobilísticos por conta da extensão", disse a delegada.

O laudo da perícia apontou que Marcela teve tufos de cabelo arrancados pela raiz e múltiplas fraturas, incluindo oito costelas. A investigação acredita que, ao iniciar as agressões, a intenção de Igor Porto era matar a companheira.


Medo do companheiro

Marcela chegou a desabafar com uma amiga sobre as violências sofridas, de acordo com o inquérito policial. Nas conversas, a mulher relata que tinha medo de sair da relação e de que o homem tirasse a guarda da filha dela (leia abaixo).

Print mostra conversa de Marcela Luise com amiga - Goiás — Foto: Reprodução/Documento

Nas conversas, Marcela conta que estava triste com o relacionamento. "

É muito difícil para mim, isso me corrói por dentro", escreveu a mulher.


Investigação

O caso foi investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Aparecida de Goiânia. Em entrevista à TV Anhanguera, a investigadora contou que a polícia foi chamada pelo hospital.

“Nós fomos até a casa e pedimos uma perícia no local. Um perito também esteve no hospital e nós ouvimos várias pessoas”, detalhou Coelho.

A delega ainda detalhou a versão dada por Igor aos médicos sobre a lesões de Marcela.

“Ele disse para a equipe médica que ela estava limpando a casa quando escorregou e caiu. Segundo ele, ela convulsionou e as lesões foram causadas pela queda. Então, ele deu um banho nela e a levou para o hospital, onde, de imediato, ela foi levada para uma cirurgia e depois para a UTI”, afirmou.


Quem é o fisiculturista?

Fisiculturista Igor Porto Galvão, preso suspeito de agredir a esposa, Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Igor Porto Galvão tem 32 anos e nasceu em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a família de Marcela, ele tinha um relacionamento com a vítima há nove anos. Eles moraram juntos em Brasília, no Distrito Federal (DF), e viviam em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, desde janeiro de 2021.

Ele se apresenta nas redes sociais como nutricionista e profissional de educação física. Conforme informações do site do Conselho Regional de Nutricionistas da 1ª Região (CRN1), Igor tem um registro provisório de nutricionista vigente até março de 2025. 


Histórico de violência

A investigação polícia descobriu que o fisiculturista tem um histórico de violência doméstica. "Ele tem antecedentes de Maria da Penha com ex-namorada e com a própria vítima. [Ela teve] medida protetiva deferida, contudo eles reataram e a medida foi arquivada", explicou a delegada.

"Eles moravam em Brasília. Ali teve um inquérito de lesão corporal, inclusive, nós acreditamos, com os mesmos modus operandi, murros, chutes e socos", completou.



Fonte: G1 GO



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