Brigadeirão envenenado: namorado de cigana, que contou pedido dela de modificar placa de carro da vítima, presta novo depoimento

Suyany Breschak e Leandro Jean Rodrigues Cantanhede — Foto: Reprodução

O atual namorado de Suyany Breschak, Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, foi ouvido nesta segunda-feira na 25ª DP (Engenho Novo). Ele chegou ao local às 17h acompanhado da advogada e prestou depoimento, pela segunda vez, por cerca de duas horas. A relação do atual namorado de Suyany com a morte do empresário Luiz Marcelo Ormond ainda não foi especificada. Ela está presa desde a última quarta-feira, suspeita de ser cúmplice de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, namorada de Luiz Marcelo e principal suspeita do assassinato dele, com um forte anestésico que teria sido colocado num brigadeirão.

Segundo o investigador chefe do caso, o segundo depoimento de Leandro entrou no caráter sigiloso, visto que “continuam avançando nas investigações”. O namorado de Suyany, que na primeira declaração informou que se relacionam há nove meses, não quis se pronunciar sobre o caso.

No dia 24 de abril, Leandro prestou o primeiro esclarecimento à polícia. Há nove meses namorando Suyany, ele alegou que há quase um mês foi morar com ela e os dois filhos da mulher. Afirmou ainda que a amizade da namorada Júlia era anterior ao namoro deles e já a tinha visto duas vezes na casa do casal. Júlia seria cliente de Suyany que prestava atendimentos como cigana.

Ainda segundo a declaração, ele afirmou que a namorada contou que iria comprar um carro da amiga e, no dia 18 de abril, Suyany pegou o veículo com Júlia. Ele alega que não esteve presente no momento da negociação e não viu a namorada sair de casa com dinheiro para pagar a suposta compra.

Ele afirmou ainda que “ficava nervoso ao ouvir ligações entre as duas”, porque já tinha escutado que Júlia dopava o namorado para tirar bens da vítima. Segundo ele, chegou a questionar a namorada e ela o contou que ajudava a amiga.

Leandro alegou ainda não saber de mais detalhes, mas que na segunda-feira, dia 20 de maio, a namorada o contou que Luiz Marcelo tinha morrido e por isso ela o pediu para colocar uma fita na placa e adulterar a numeração de identificação do veículo. Na declaração, ele diz se negou a atender o pedido de Suyany.

Além disso, informou que se encontrou com um amigo chamado Victor Ernesto de Souza Chaffin e o mesmo já sabia, pela própria Júlia, que Luiz Marcelo estava sendo dopado e ela não queria ficar com o carro “para não se envolver em mais problemas”. Ela teria oferecido que Victor ficasse com o veículo, ele aceitou e Suyany teria contado que a negociação foi fechada pelo valor de R$ 75 mil. E teria até um contrato assinado pelas partes.

Ainda na declaração, ele alegou que houve um estranhamento ao perceber que no contrato a negociação estava em nome da vítima e não de Júlia. E a transação da venda seria feita pelo cartório.

Ele negou saber que o veículo estava sob investigação policial e afirmou que conhece Victor há cerca de 15 anos. A única coisa que teria o chamado atenção seria o fato de Júlia vender um carro em nome de Luiz Marcelo, que ele sabia que era dopado pela mulher e veio a óbito.

Disse ainda que souberam pelo pai de Victor que o amigo teria sido abordado pela polícia e sido conduzido a 126ª DP. Por isso, ele e a namorada Suyany teriam ido até a sede prestar esclarecimentos do fato e cedido os aparelhos telefônicos. Alegando ainda que o rapaz sabia que o carro viria de uma transação que poderia dar problema.

O depoimento de Leandro diverge do de Suyany que, na primeira declaração, alegou que não conhecia Júlia até ver um anúncio do veículo numa plataforma de vendas on-line e teria exigido uma documentação ao ver que o carro não estava no nome da mulher. Júlia teria levado uma carta feita a próprio punho pela vítima e que por não ter carteira de motorista pediu a Victor que levasse o veículo até a residência e não sabia que se tratava de “um carro roubado”.

Não foi especificado pelos investigadores se Leandro foi chamado novamente para confrontar a primeira declaração prestada à polícia ou para apurar novos fatos que possam ter surgido na investigação.

Fonte: O Globo


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