Dia Mundial do Meio Ambiente: como ser eco-friendly sem ser "eco-chato"

Há formas saudáveis, individuais e coletivas de preservar o meio ambiente, mas elas devem ser feitas aos poucos e constantemente

Foto: Paulo Sena/Seama

Nesta quarta-feira (5) é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data nos lembra de que cuidar da natureza, ter consciência e procurar meios de vida mais sustentáveis são não apenas objetivos, mas necessidades.

Acontece que algumas pessoas acabam extrapolando um pouco neste assunto. Não que cuidar do ambiente seja demais, mas apontar os dedos e criticar quem você acha que não faz o suficiente para preservar a Terra pode trazer alguns prejuízos às suas relações.

Para quem se preocupa com questões ambientais, há até uma nomenclatura: eco-friendly. A expressão em inglês significa "amigável ao meio ambiente". Mas é preciso tomar cuidado para não se tornar um "eco-chato".

Há formas saudáveis, individuais e coletivas de preservar o meio ambiente, mas elas devem ser feitas aos poucos e constantemente para que exista realmente uma continuidade e um impacto positivo.

O biólogo e mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Daniel Motta, endossa esta percepção. Ele, inclusive, dá dicas de como pequenas medidas podem ser tomadas no dia a dia para cuidar do meio ambiente.

Ele deixa bem claro: cuidar da natureza é também cuidar da própria saúde. E ao contrário do que muitos podem pensar, estas mudanças podem ocorrer de forma natural, sem que precisem ser forçadas.

"A mudança de hábitos deve ser gradativa, à medida que as pessoas vão se sensibilizando sobre os impactos cotidianos que causamos ao meio ambiente e consequentemente, à nossa saúde. Muita gente acredita que esta mudança de hábito exige muito esforço, limitando o começo dela. 

A primeira dica é sobre reduzir o consumo de produtos de uso único (descartáveis), seguido de separação correta dos resíduos, redução no consumo de água e optar por transportes coletivos", afirma o especialista.


Ecobag é uma companheira

As mudanças podem ser bem sutis no dia a dia, algumas poucas atitudes podem ter grandes impactos no meio ambiente. É o caso da redução de uso de plásticos. Isso pode ser desafiador no momento das compras de supermercado, mas nada que não possa ser resolvido: as ecobags são companheiras.

Além disso, há também a possibilidade de reutilização de água para as tarefas de casa, como exemplifica o biólogo.

"Substituição das sacolas de supermercados por ecobags, reutilização da água da máquina de lavar para lavar pisos e garagem, utilizar modais coletivos ou bicicletas e evitar pedir comidas em marmitex de isopor", informa.


Consumo consciente é a chave

O consumo consciente é uma necessidade, como define o biólogo. É preciso reduzir os resíduos sólidos no meio ambiente e isso passa por uma avaliação pessoal do que é realmente necessário ou não na rotina.

De acordo com Daniel, o consumo se traduz inclusive em nossos guarda-roupas. É sempre bom optar por peças feitas com fibras naturais.

"O consumo consciente é a chave para diminuição dos resíduos sólidos no meio ambiente! Vale ressaltar que a indústria da moda é a segunda que mais polui no mundo, e se for necessário comprar determinada peça de roupa, optar sempre pelas feitas por fibras naturais", disse.


Que tal deixar o carro na garagem de vez em quando?

Calma! Ninguém está dizendo para você nunca mais dirigir o seu possante, afinal de contas, não queremos ser "eco-chatos". Mas já pensou em deixar a máquina descansando na garagem algumas vezes por semana ou por mês?

Com menos carros nas ruas, a emissão de gases nocivo na atmosfera diminui. Ainda que um ônibus possa emitir os mesmos poluentes, a quantidade será bem menos impactante.


Além disso, na hora de pagar um boleto, por que não usar os meios digitais para economizar papel e, consequentemente, poupar árvores?

"A capacidade de um ônibus gira em média de 70 pessoas, isso diminui a quantidade de carros nas ruas e a emissão de gases nocivos ao meio ambiente. Hospedagens eco friendly são garantias de locais que vão reutilizar a água, utilizar energia limpa e ter estruturas provenientes de madeiras de leis legalizadas. A economia de papel também é uma forma de redução de consumo e de ajudar a natureza, já que menos papel significa menos árvores derrubadas para a plantação de eucaliptos", diz o biólogo.


Consumir água com responsabilidade

O biólogo explica que as pessoas costumam economizar água apenas durante períodos de estiagem, mas este cuidado deve ser constante. É o bom e velho "melhor prevenir do que remediar".

Algumas das medidas para a economia de água podem ser simples, como, por exemplo, deixar a mangueira de lado no momento de lavar o carro, utilizando apenas um balde cheio. Isso é bom para o ambiente e também ajuda a economizar dinheiro.

"A população costuma reduzir o consumo de água somente na época de estiagem, quando os reservatórios estão baixos. A solução é prevenir para não precisar remediar. Logo, a atenção em desligar as torneiras enquanto não as estiverem usando, varrer a calçada ao invés de usar a mangueira e lavar o carro utilizando somente um balde cheio, são um dos vários exemplos que temos para redução do consumo de água. Faz bem para o bolso e para o meio ambiente", explica.

Fonte: Folha Vitória 

Postagem Anterior Próxima Postagem