Quadrilha é alvo de megaoperação contra tráfico e lavagem de dinheiro no ES


Os envolvidos se dedicavam ao tráfico de armas e drogas, tendo o Espírito Santo como destinatário final das drogas e armamentos vindos de outros estados



O Espírito Santo é alvo, junto de outros nove estados do Brasil, de uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/ES), que busca desarticular uma associação criminosa que atua no tráfico de drogas, armas, associação ao tráfico, lavagem de dinheiro, corrupção, falsificação de documentos, dentre outros crimes.

De acordo com as investigações, os envolvidos se dedicavam ao tráfico de armas e drogas, tendo o Espírito Santo como destinatário final das substâncias entorpecentes e armamentos vindos de outras unidades da federação.

Nesta quinta-feira (20), são cumpridos 72 mandados judiciais, expedidos pela 1ª Vara Criminal de São Mateus, em endereços de 10 estados: Espírito Santo, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará e Bahia.

Do total de mandados expedidos, sete são de prisão preventiva e 65 de busca e apreensão. A ação também bloqueia as contas de investigados até o limite de R$ 18,4 milhões, bem como para sequestro de nove imóveis, 21 veículos e três motos aquáticas.


Criminosos falsificavam RG de foragidos da Justiça com ajuda de funcionários públicos

De acordo com as investigações da força-tarefa, também há atuação na falsificação de documentos públicos, especialmente na confecção de carteiras de identidade ideologicamente falsas para foragidos da Justiça e pessoas integrantes do grupo criminoso.

Os recursos financeiros ilícitos adquiridos com a prática dos crimes eram lavados por meio de empresas de fachada, investimentos em imóveis, carros de luxo, com utilização de pessoas “laranjas”, procedimentos típicos de ações para lavagem de dinheiro.

Foram identificadas diversas negociações de armas de fogo e drogas, sendo algumas, inclusive, objeto de flagrantes em ações da Polícia Rodoviária Federal e de polícias de outros estados.

A organização criminosa contava com o apoio de agentes e ex-agentes públicos (membros de forças de segurança pública), funcionários de cartórios e de outros órgãos públicos para a empreitada criminosa, demonstrando a periculosidade e nível de articulação do grupo investigado.


Agentes corruptos avisavam criminosos com antecedência sobre operações

Segundo a força-tarefa, o auxílio de agentes públicos corrompidos se mostrou importante para a atividade criminosa, na medida em que algumas ações policiais foram “vazadas” antecipadamente.

Com isso, mandados de busca deixaram de ser cumpridos adequadamente, documentos ideologicamente falsos foram confeccionados, informações sigilosas de bancos de dados públicos foram passadas para criminosos e movimentações de presos dentro do sistema prisional foram encomendadas.

Assim como um mosaico é construído peça por peça, a investigação reuniu diversos fragmentos de informações e evidências para construir um quadro completo e detalhado da organização criminosa. Por isso, a operação foi chamada de Mosaico.

Os investigados poderão responder pelas práticas dos delitos de lavagem de dinheiro, associação para o tráfico de drogas, tráfico interestadual de drogas, organização criminosa, corrupção, comércio ilegal de arma de fogo e falsificação de documentos públicos. Se condenados, as penas aplicadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

A operação é feita pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado – FICCO/ES, composta por integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Espírito Santo, Polícia Civil do Espirito Santo, Guardas Civis de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana-ES e Secretária de Segurança Pública do Espírito Santo.


Fonte: Folha Vitória 




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