Ação criminosa durou menos de dez minutos. O suspeito foi preso no início da tarde. Instituição guarda 2,5 mil peças originais dos séculos XVIII ao XX.
Imagens mostram suspeito invadindo Museu de Artes e Ofícios. — Foto: Reprodução |
Vídeo mostra o momento em que um suspeito invade e furta peças do Museu de Artes e Ofícios, no Centro de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (15). Ao todo, 17 peças foram levadas. A ação criminosa durou menos de dez minutos.
Nas imagens é possível ver a hora exata em que o suspeito passa por uma janela quebrada, exatamente às 6h43. Nove minutos depois, pela mesma janela, ele é flagrado retornando com as peças furtadas.
O suspeito foi preso no início da tarde, e uma obra tinha sido recuperada até a última atualização desta reportagem. Segundo a diretoria do museu, todos os artigos levados pertencem ao acervo de carpintaria, como formões, pequenos martelos e canivete.
"Estas peças não possuem valor financeiro e sim histórico e cultural. São peças voltadas para área de carpintaria, sendo formões, pequenos martelos, canivete, arco de pua, entre outras", esclarece.
O arrombamento foi depois das 6h. O suspeito teria quebrado um do vidros do museu para ter acesso às obras.
A principal doadora do museu, Angela Gutierrez, disse que recebeu com "tristeza e desânimo" a notícia do crime.
"Um ato de total desrespeito a uma coleção importante que representa tanto para a cultura mineira e brasileira", disse.
A investigação deve ser conduzida pela Polícia Federal (PF), porque o acervo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Suspeito quebrou vidro para acessar museu em Belo Horizonte — Foto: Sesi Fiemg/ Divulgação |
Em funcionamento
Apesar da reforma da Praça da Estação, onde está localizado o museu, o espaço está funcionando normalmente. Neste sábado (15), excepcionalmente, permaneceu fechado por causa do furto.
Museu de Artes e Ofícios
O Museu de Artes e Ofícios está aberto ao público desde janeiro de 2016, instalado na antiga Estação Ferroviária Central de Belo Horizonte. Foi criado, segundo seus organizadores, a partir da doação de mais de 2.500 peças que retratam o período pré-industrial brasileiro.
“Celebra a riqueza da produção popular, dos fazeres, dos ofícios e das artes que deram origem às profissões que conhecemos hoje”, destaca a gestão do museu, complementando que a sua implantação impulsionou a requalificação da Praça da Estação, marco inaugural da capital.
Além disso, o Museu conta a história de dezenas de atividades profissionais que deram origem à indústria de transformação em Minas Gerais. São 2,5 mil peças originais dos séculos XVIII ao XX, entre instrumentos, utensílios, ferramentas, máquinas e equipamentos. "Elas representam antigos ofícios em setores tradicionais como: mineração, lapidação e ourivesaria, alimentício, tecelagem, energia e curtumes”.
A narrativa do museu, ainda segundo os organizadores, remonta às origens dos processos fabris, em sua confluência com as artes manuais, o artesanato e a manufatura, valorizando a trajetória da industrialização mineira e as habilidades de seus trabalhadores.
Fonte: G1