Cerveja mais barata que água: por que a República Tcheca atrai tantos brasileiros

Sem usar o euro como moeda oficial, os preços são até 20% menores do que em outras capitais europeias, diz um representante do país

Foto: BreakingTheWalls/GettyImages

No primeiro trimestre de 2024, mais de 30,5 mil brasileiros incluíram a República Tcheca em seus itinerários turísticos. O número representa um aumento de 21,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, e reafirma a posição do Brasil como o mercado mais importante da América Latina para o país.

Tal crescimento é comemorado por Luiz Fernando Destro, diretor do Escritório de Turismo da República Tcheca, apesar de ainda não ter chegado ao patamar pré-pandêmico. No cargo há 17 anos, Destro tem a função de promover o país como destino turístico, a partir de eventos, capacitações de agências e viagens para a imprensa.

Ainda assim, o diretor sente que ainda é preciso destacar que a República Tcheca tem muito mais a oferecer do que apenas a capital Praga.

"O brasileiro, quando vai para a Europa, os primeiros países que ele visita são a Europa clássica, a Europa do Oeste. Então, vai para a França, vai para Portugal, vai para a Espanha, vai para a Itália, talvez Inglaterra. Depois que esse passageiro já visitou esses países, ele gosta de ir para a Europa, mas quer alguma coisa diferente, daí ele começa a olhar para o nosso lado", afirma Destro, que considera que os preços mais baixos são um atrativo em comparação com os outros países.


Qual moeda usar

Na República Tcheca, a moeda oficial não é o euro, embora o país faça parte da União Europeia. Segundo Destro, enquanto for mantido o uso da coroa tcheca, a tendência é que os preços sejam de 15% a 20% menores do que em outras capitais europeias que usam o euro.

"Se você levar euro, vão aceitar em todos os restaurantes, as lojas têm até etiquetas de preço com os dois preços. Mas o fato da moeda ser a coroa tcheca faz com que o país mantenha o seu próprio referencial de preço. Isso é um fenômeno que todo mundo já viu acontecer. Toda vez que um país entra no euro, tem uma inflação do euro. A Croácia recentemente adotou o euro e falaram que os preços lá aumentaram 30% por conta disso", explica.

A empresária Gardenia Rogatto, que mantém uma página dedicada a viagens, esteve no país a convite do governo tcheco. Pelas suas impressões, ela recomenda que o turista use a moeda local e não o euro, mesmo havendo essa possibilidade nos estabelecimentos.

"Querendo pagar em euro, você acaba perdendo duas vezes, porque você sai do real, vai para o euro e aí quando você vai pagar, ele vai pôr no valor da moeda local e converter também para o euro. Então você acaba tendo duas perdas", considera.

No país, um dos fatores que mais a surpreendeu foi o preço da cerveja. A República Tcheca é, pelo 30º ano seguido, o país com maior consumo da bebida por pessoa. Por ano, cada habitante bebe, em média, 188,5 litros de cerveja.

"A cerveja é mais barata do que a água", disse Gardenia.

Ela anotou os preços que encontrou nos mercados por lá. A água começava a ser vendida por 14,50 coroas tchecas e a mais cara chegava a 41,90 coroas tchecas (algo em torno de R$ 3,40 a R$ 9,82). Enquanto isso, a cerveja mais barata encontrada por ela custava 13,90 coroas tchecas e a mais cara, 28,90 (de R$ 3,26 a R$ 6,78).

De modo geral, Gardenia considera que o custo para aproveitar a República Tcheca é similar ao de uma cidade grande brasileira, como São Paulo.

"Não tem um preço abusivo, mas não é baratíssimo", compara.

Ainda assim, para ela, quem quer uma experiência completa deve considerar dedicar mais dias ao país.

"Pode ser um pecado capital colocar pouco tempo na Tchéquia. Quem gosta de bem-estar, eu com certeza recomendo que passe um dia, passe uma noite em Karlovy Vary. Caso o tempo esteja curto dá para fazer tranquilamente um bate e volta desde Praga", diz.


Fonte: Terra

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