Na Indonésia, mulher de 30 anos que estava desaparecida foi encontrada no corpo de uma cobra píton. Flexibilidade da mandíbula da cobra é que permite que ela engula um ser humano inteiro.
Após buscas, corpo de mulher é encontrado dentro de píton na Indonésia
Uma mulher de 30 anos foi encontrada morta dentro do corpo de uma cobra píton na Indonésia. Apesar de poderem chegar a até dez metros de comprimento, essas cobras têm o corpo mais estreito que o de um ser humano. Ainda assim, elas conseguem engolir presas de até três vezes o seu tamanho.
Você pode se perguntar, como isso acontece? A estratégia dessa espécie contra suas presas está na elasticidade que ela tem na cabeça.
Assim como os seres humanos, a cobra píton tem mandíbulas. Porém, em sua anatomia, ela tem um pedaço elástico de tecido conjuntivo que conecta sua mandíbula inferior ao crânio. Isso permite que as mandíbulas sejam flexíveis até mesmo dos lados. Ou seja, que ela abra a boca também pelos lados. (Veja no infográfico abaixo)
O desafio na hora de comer uma presa é fazer passar pela cabeça, porque o corpo é flexível. É aí que entra essa estrutura óssea da mandíbula que permite que a cobra abra a boca em uma circunferência grande, mas além disso, que ela consiga expandir para os lados.
— Cláudio Machado, biólogo especialista em cobras e que tem um canal para falar sobre os animais.
Como cobra piton consegue engolir um corpo humano. — Foto: Dhara Assis/Arte g1 |
No caso da Indonésia, o especialista explica que a dificuldade é o ombro humano, pela largura do corpo nessa parte e por não ser flexível. Com isso, a abertura lateral da mandíbula é o que faz a cobra ser capaz de engolir uma pessoa.
A píton não é uma cobra venenosa e isso também interfere em seu processo de digestão. Sem ter fluídos que ajudem nesse processo, presas grandes podem levar semanas para serem digeridas.
Isso pode acontecer com qualquer cobra?
O caso na Indonésia, segundo as autoridades, é o segundo em um mês. Cláudio Machado explica que seres humanos não são o alimento natural de cobras, nem mesmo as pítons. No entanto, isso está ocorrendo pelo avanço humano na natureza.
“A píton não se alimenta de pessoas, mas o que acontece é que as pessoas estão invadindo o seu espaço. As cidades estão cada vez mais próximas da natureza e isso tem consequências”, explica Machado.
Para ser capaz de engolir uma presa tão grande, é preciso que a cobra tenha a flexibilidade na cabeça, o que se restringe às pítons. Essa espécie de cobra está presente na fauna asiática e africana. Ela não faz parte da lista de répteis existentes no Brasil.
Fonte: G1