Número de adolescentes eleitores mais que dobra no ES em quatro anos


Espírito Santo registrou aumento de 156% no número de jovens de 16 e 17 anos aptos a votar entre 2020 e 2024; neste ano, mais de 29 mil pessoas dessa faixa etária podem ir às urnas pela primeira vez

Alice Melim e Marina Venturim vão votar pela primeira vez na Eleição 2024. (Carlos Alberto da Silva)

Em 2024, a quantidade de adolescentes do Espírito Santo que poderão votar pela primeira vez mais do que dobrou em relação à eleição de quatro anos atrás. Mais de 29 mil jovens de 16 e 17 anos estão aptos a irem às urnas nas eleições deste ano, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse número representa um crescimento de 156% em comparação às últimas eleições municipais, em 2020, quando mais de 11 mil nessa faixa etária puderam escolher prefeitos e vereadores.

No dia 6 de outubro, moradores do Espírito Santo vão às urnas escolher os próximos prefeitos e vereadores dos 78 municípios capixabas. Neste ano, mais de 3 milhões de pessoas no Estado estarão aptas a votar.

Mesmo o voto sendo facultativo para adolescentes entre 15 e 17 anos, alguns desses jovens já perceberam a importância de se posicionar politicamente. Entre eles, Marina de Souza Venturim já assume para si a responsabilidade de escolher seu candidato e poder melhorar a qualidade vida no seu município.

“Para mim, é algo para sentir que já tenho responsabilidades maiores chegando com o passar do tempo. Votar em governantes para a minha cidade, este ano, vai ser algo para eu me sentir com responsabilidade de escolhas", conta a estudante de 16 anos.

A mãe da jovem, Maria Cecília de Souza, conta como ficou orgulhosa da decisão da filha de tirar o título de eleitor antes da idade obrigatória e ainda disse que essa consciência cidadã começa na educação familiar.

"A Marina tirou o título este ano e espero que a atitude dela nas urnas reflita toda a educação voltada para a cidadania e direitos humanos que recebeu em casa. Acredito que atitude do jovem perante a urna é reflexo da educação formal que recebe na escola, mas também reflexo te todos os ensinamentos da educação familiar. Aqui em casa eu prezo por educar cidadãs conscientes e responsáveis com suas atitudes individuais que refletem na coletividade, como o voto.", afirma Maria Cecília.

Apesar da idade, os jovens não estão desatentos às necessidades dos seus municípios. Alice Melim da Silva, de 16 anos, mora em Vila Velha e conta sobre sua experiência com as chuvas que costumam alagar as vias da cidade. Ela ainda reconhece que muita coisa precisa ser feita para melhorar a infraestrutura do município, mas afirma que deseja participar de forma ativa dessa mudança.

“Uma coisa que me afeta muito são os alagamentos. Já ocorreu de a minha casa ser invadida por água mais de uma vez, e sei que não é somente a minha realidade. Acredito que ainda faltam algumas questões para podermos falar que o problema com as chuvas foi resolvido. Porém, eu, como futura adulta, tenho responsabilidade sobre o futuro da cidade. Então, tirar o título é uma forma de caminhar em direção a mudanças”, ressalta Alice.

No total, 29.332 jovens entre 16 e 17 se inscreveram na Justiça Eleitoral até 8 de maio deste ano. Esse número representa 0,98% dos eleitores capixabas. Nas eleições de 2020, foram 11.455 adolescentes nesta idade que puderam votar. Assim, houve aumento de 156% entre os jovens eleitores em um intervalo de quatro anos.

Para Alice, apesar desse crescimento ser significativo, mais jovens precisam também exercer a cidadania e participar ativamente das atividades políticas de seu município.

“Muitos adolescentes e jovens ainda acreditam que se envolver na política da cidade não é algo que tenham que fazer, mas, para querermos mudanças, temos que ser a mudança. Não podemos ficar somente reclamando de braços cruzados. Então, se a forma que podemos agir é tirando o título e votando, que assim seja’’, destaca a estudante.

Desde 2008, o eleitorado jovem capixaba vem apresentando quedas frequentes Naquele ano, 2,24% das pessoas nesta faixa etária estavam aptas a votar. Em 2020,esse percentual caiu para 0,41%. Nas últimas eleições, esse cenário tem mudado e crescido, principalmente devido às campanhas e aos movimentos de incentivo ao voto no Brasil.

Jovens de 16 e 17 anos e idosos com mais de 70 anos não são obrigados a votar no Brasil. No Espírito Santo, esse grupo representa 10,3% do eleitorado : são 29 mil adolescentes de 16 e 17 anos e 282 mil eleitores idosos acima de 70 anos.

Os dados usados nesta reportagem são referentes ao mês de maio deste ano e ainda estão sujeitos a atualização por parte do TSE até as eleições.



Fonte: A Gazeta



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