O povo Mashco Piro é a maior tribo isolada do mundo e o vídeo foi feito à beira de um rio que fica a poucos quilômetros de diversas concessões madeireiras.
A organização Survival International divulgou imagens raras da maior tribo de indígenas isolados do mundo para fazer uma denúncia.
O vídeo mostra um grupo extenso dos Mashco Piro, que vivem na Amazônia peruana na fronteira com o Brasil, à beira de um rio, a poucos quilômetros da região onde uma madeireira chamada Canales Tahuamanu detém uma licença de extração certificada pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC).
Além de apontar os riscos desse contato dos indígenas com os madeireiros, a ONG acredita que a destruição da floresta causada pela exploração das empresas pode ser a razão da cena incomum: vários grupos se reunindo para procurar comida.
Além da Canales Tahuamanu, que a Survival International pede em um abaixo-assinado que perca sua certificação junto ao FSC, várias empresas madeireiras detêm concessões dentro do território que pertence ao povo Mashco Piro.
"A Canales Tahuamanu vem extraindo madeira de suas terras há anos. Ela construiu mais de 200 km de novas estradas desde 2016, colocando a sobrevivência dos Mashco Piro em sério risco: a destruição de sua floresta, encontros casuais com os madeireiros e a disseminação de doenças podem exterminá-los. (...) A empresa, que usa a certificação como um selo de aprovação para suas operações, já está sob pressão de organizações indígenas no Peru para se retirar do território Mashco Piro. Perder a certificação será um sinal poderoso - para a empresa e o governo - de que a exploração madeireira nesta área deve parar", destaca a ONG no abaixo-assinado criado, que já tem 10 mil assinaturas.
Alfredo Vargas Pio, presidente da organização indígena local FENAMAD, reforça o alerta:
"Esta é uma evidência irrefutável de que muitos Mashco Piro vivem nesta área que o governo não apenas falhou em proteger, mas na verdade vendeu para empresas madeireiras. Os trabalhadores madeireiros podem trazer novas doenças que exterminariam os Mashco Piro, e também há risco de violência de ambos os lados. Então é muito importante que os direitos territoriais dos Mashco Piro sejam reconhecidos e protegidos por lei".
Fonte: G1