Órgão eleitoral da Venezuela declara vitória de Maduro; oposição contesta


Oposição se autodeclara vencedora e diz que vai combater fraude eleitoral

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante o evento de encerramento da campanha eleitoral em 25 de julho de 2024 em Caracas, VenezuelaJesus Vargas/Getty Images

Com 80% do votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou a reeleição do atual presidente, Nicolás Maduro.

Ele teve apoio de 51,2% dos eleitores que compareceram às urnas — foram 5.150.092 votos –, segundo o órgão eleitoral, que é alinhado ao presidente. O principal opositor na disputa, Edmundo González, teve 44,2% — 4.445.978 votos.

Com o resultado, Maduro será reconduzido para um novo mandato de seis anos — de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.

Houve comemoração na sede da campanha de Maduro em Caracas após o anúncio do resultado. O presidente reeleito abraçou apoiadores ao som da música que dizia que ele era o “coração do povo”.

A vitória de Maduro acontece em meio um cenário de críticas à condução da Venezuela, sendo que por muitas vezes países e organizações questionam o cumprimento dos processos democráticos.

O triunfo de Maduro representa a continuidade do chavismo no poder, que chegou em 1999 pelas mãos de Hugo Chávez. Em 2013, após a morte de Chávez, Maduro assumiu uma posição da qual não saiu desde então.


Oposição autodeclara vitória

O grupo de oposição que se uniu contra a candidatura do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que houve fraude no pleito em que ele foi reeleito para um terceiro mandato.

Maduro foi anunciado como vencedor da eleição no início da madrugada desta segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão alinhado a Maduro.

O resultado do CNE é de que Maduro venceu com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González.

A oposição, porém, diz que a vitória foi de González por cerca de 70% dos votos. O número foi baseado nas atas dos centros de votação e anunciado por María Corina Machado, que seria candidata a presidente, mas foi impedida de disputar pela Justiça da Venezuela.

González acabou escolhido para representar a oposição.

María Corina Machado fala após resultado da eleição presidencial na Venezuela, que reelegeu Nicolás Maduro em 29 de julho de 2024 / Reprodução

No discurso após o anúncio do CNE, foi Corina quem mais falou. Ela disse que, nos próximos dias, vão “continuar denunciando” o que chamaram de “fraude”. “Nós vamos combater com a verdade. É impossível o que disseram”, disse. “Temos informação e temos as atas”.

González disse que a luta “vai continuar”.

A enviada especial da CNN a Caracas, Luciana Taddeo, obteve acesso exclusivo a atas de votação de centrais eleitorais na Venezuela horas antes do anúncio dos resultados.

As atas, que registram os resultados de mesas eleitorais específicas, mostravam uma vantagem significativa para o candidato opositor Edmundo González em relação ao atual presidente, Nicolás Maduro. Em uma das mesas analisadas, González recebeu 326 votos contra apenas 17 de Maduro, de um total de 364 votos.


Histórico de contestações eleitorais

Em 2013, quando houve um resultado muito próximo entre Nicolás Maduro e Henrique Capriles, a divulgação dos resultados também demorou. Na ocasião, apesar de uma tentativa de acordo entre os candidatos, Capriles não reconheceu os resultados, o que levou a dias de protestos e violência nas ruas da Venezuela.

O governo venezuelano tem alertado há semanas sobre a possibilidade de a oposição alegar fraude, enquanto a oposição temia que o governo não reconhecesse uma eventual derrota.

Fonte: CNN Brasil



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